"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 31 de março de 2012

FALTA DE EDUCAÇÃO POLÍTICA NÃO PODE PREVALECER EM ATO PÚBLICO

Isso é manifestação política, ou desrespeito a um idoso?

Por conta das atitudes quase generalizadas dos nossos políticos, a cada dia que passa nos deparamos com atos de comportamento politicamente incorretos por parte das pessoas, principalmente no que diga respeito a manifestações políticas.

A maioria das pessoas acha que seus pontos de vista é que são os corretos e não aceitam que outros pemsem de modo diferente.

Na última quinta-feira tivemos uma clara demonstração disso, com o conceito de democracia demonstrado por manifestantes de esquerda, normalmente seguidores de líderes 'democráticos' como o venerando Fidel Castro ou como os atuais Hugo Chávez e outros aqui da América do Sul, que não admitem sequer críticas contra seus atos, alguns deles chegando até a fechar jornais e estações de TV que lhes sejam contrários.

O episódio em frente ao Clube Militar, no Rio de Janeiro, foi um autêntico show de intolerância. Não se discute quem esteja certo. O que se discute é o direito de cada grupo manifestar sua opinião.
Os antigos militares entendem que em 1964 estariam tomando posição para impedir que o Brasil se transformasse numa país comunista.
O grupo de pessoas acusadas de comandar uma possível esquerdização do País, que tiveram pessoas sofrendo com a repressão militar, também tem o direito de se manifestar.

Os antigos militares estavam na sede de seu clube, reunidos em local fechado, no direito que tinham, enquanto os outros fizeram manifestação na rua. Não passa de truculência irem exatamente para a frente do Clube Militar para protestar de modo agressivo, culminando com uma cusparada num senhor idoso que saia da sede da agremiação, sem nada que o identificasse como um militar de reserva.

Deduziram que era um 'milico' e partiram para a agressão, acima de tudo um desrespeito contra um senhor de idade avançada.
Honestamente, este não é um tipo de manifestação que se possa tolerar.

Discutir o que deflagrou a movimento de 31 de março de 1964 é mais do que justificável, mas que tudo aconteça de modo democrático, dentro das garantias constitucionais de liberdade de expressão e de opinião.
Da mesma forma que cada tem seu clube de preferência, opção política e até sexual, qualquer pessoa pode emitir sua opinião sem que ninguém lhe impeça disso.

Não pode o Governo, por mais esquerdista que sejam a presidente Dilma e seus auxiliares diretos, permitir que fato como esse ocorrido no Rio de Janeiro se repita. Os tempos são outros, mas esses episódios no passado sempre resultaram em reações nem sempre agradáveis.

31 de março de 2012
Airton Leitão

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Faço dois reparos ao conteúdo do texto. O primeito deles, é que de fato o centro de um episódio como esse, fere o direito de reunião de membros de um Clube, sejam eles de que natureza for, civil ou militar, pois não estão atentando contra a ordem pública, mas exercendo o direito de opinião. Portanto, trata-se de quem está certo, e sem sombra de dúvida, a razão não está ao lado da violenta truculência de grupelhos radicais, autênticas patrulhas da intolerância, que se arrogam o direito de impedir a liberdade de reunião e opinião.
O segundo reparo, faço-o com relação ao que se diz: os militares entenderam que estariam tomando posição contra a comunização do país. Acontece que não agiram sem a concordância da sociedade e das 'eminências' política e empresariais, que em reuniões, acordaram da necessidade de impedir o avanço da demagogia comunista que a ameaçava a ordem democrática.
A história conta o fato do discurso janguista na Central do Brasil, que culminou com o golpe de 1964, que já vinha se articulando nos bastidores.
Será sempre bom lembrar, que não se trata de 'vítimas', mas de grupos organizados que enfrentaram a reação militar, com táticas de guerrilha urbana, que praticaram crimes e torturas. Posam de acusadores e defensores da democracia, mas sabemos que pretendiam impor uma nova ordem.
Não cabe esmiuçar os fatos, pois eles fazem parte de um amplo repertório de narrativas históricas, que acredito seja do conhecimento dos que se interessam por esses acontecimentos.
Mistificá-los é radicalizar ou pretender contar uma outra versão da história. A versão ideológica da esquerda.
m.americo

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