Digna de registro a entrevista do Lula à Folha de S. Paulo, ontem. Com todas as letras, ele rejeitou a hipótese de candidatar-se à presidência da República em 2014. Assim como, também, em 2018 e 2022. Enfatizou que a presidente Dilma só não disputará a reeleição se não quiser. Pronto para ajudar ele está, no governo e na reeleição da sucessora, como já fez e mais fará pela vitória de Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo.
Voltar ao palácio do Planalto, nem pensar. Está na hora, assim, de o PT integrar-se mais no governo e, em vez de criar problemas, passar a dar suporte à presidente Dilma. Claro, só depois dela sinalizar que aceitará o encargo de concorrer novamente. Sem uma palavra óbvia, ficará a dúvida.
Para os que raciocinam ser ainda muito cedo para a abertura do processo, vai a lembrança da milenar lição árabe, sobre beber água limpa quem chega primeiro na fonte. Existem, no PT, grupos que gostariam senão de turvar a água, ao menos de bebê-la impura. Ressentem-se da pouca atenção que Dilma concede ao partido, ou melhor, da resistência da presidente em governar em condomínio com eles.
Nos tempos do Lula era diferente, mera questão de características pessoais. O risco de uma surpresa na próxima sucessão existirá caso os companheiros, por unanimidade, não se disponham a acatar esse novo mandamento do ex-presidente.
Um núcleo de campanha precisa ser criado ainda este ano, capaz de montar novo sistema de alianças partidárias e de avançar em colégios eleitorais onde as oposições tem prevalência, como São Paulo e Minas. Em suma, não é cedo coisa nenhuma…
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APENAS UM ESPETÁCULO LAMENTÁVEL
Lamentável. Jovens que nem haviam nascido em 1964, vociferando, cuspindo e jogando ovos em velhinhos saídos da máquina do tempo, empenhados em dar “bananas” aos manifestantes. Bem que poderíamos ter sido poupados do espetáculo encenado na Avenida Rio Branco, no Rio, defronte ao Clube Militar. Porque demonstraram o desejo de voltar à idade da pedra tanto os que exaltavam a Comissão da Verdade quanto os que se reuniram para comemorar o 48 aniversário do golpe militar. Faz parte da democracia exprimir livremente o pensamento. Mas precisava ser na mesma calçada?
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É BRIZOLA MESMO
Com a volta da presidente Dilma ao palácio do Planalto, na segunda-feira, imagina-se para a próxima semana a oficialização de Leonel Brizola Neto como ministro do Trabalho. Surpresas sempre acontecem, em especial neste governo, onde as notícias são consideradas inimigas quando transmitidas fora da hora. Parecem superadas, porém, as dificuldades que cercavam a nomeação do jovem deputado.
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A HORA ESTÁ PASSANDO
A cada dia que passa fechado em casa, o senador Demóstenes Torres torna mais difícil a preservação de sua imagem. Seu advogado insiste em que permaneça calado, mas a sucessão de denúncias exige a palavra que salva, em vez do silêncio que sufoca. No Senado, já se duvida de sua capacidade de reagir, em especial caso o Conselho de Ética, depois da Semana Santa, decida abrir processo contra ele.
31 de março de 2012
Carlos Chagas
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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