A organização criminosa liderada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, operou dentro da Controladoria-Geral da União (CGU) para prejudicar um concorrente da Delta Construções. Investigações da Polícia Federal mostram que a empreiteira quis usar um funcionário ligado ao araponga Idalberto Matias Araújo, o Dadá, para atingir a Warre Engenharia e Saneamento - empresa envolvida em irregularidades em obras em Goiânia.
A CGU já requisitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do inquérito da Operação Monte Carlo e deve instaurar sindicância interna.
A CGU já requisitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do inquérito da Operação Monte Carlo e deve instaurar sindicância interna.
Chamado pelo araponga de “amigo lá da CGU” e “companheiro da CGU”, o suposto servidor do órgão de controle interno do governo federal teria atuado para incluir a Warre em auditoria realizada no ano passado para apurar desvios cometidos em convênios firmados pelo Ministério do Turismo com ONGs.
As fraudes já haviam sido alvo de outra investigação da PF, batizada de Operação Voucher, realizada no dia 9 de agosto do ano passado, mas que não colocou a empreiteira no radar da PF.
Em conversa telefônica gravada horas depois da ação dos agentes federais no Ministério do Turismo, Abreu pediu que Dadá plantasse informações que ligassem a construtora concorrente, sediada em Goiânia, com as irregularidades identificadas na pasta.
Entre as 36 pessoas presas na Operação Voucher estava o então secretário executivo do ministério, Frederico Silva da Costa. Segundo Abreu, “o ex-número dois” era ligado à Warre.
“O pessoal da Warre Engenharia é aqui da cidade. O dono dela é o Paulo Daher e o filho dele, o Ricardo Daher. (…) Eles são amigos de infância. E esse cara que foi preso aí (Frederico) arrumou dinheiro pra eles e direcionou as obras”, explicou Abreu a Dadá.
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Por Alfredo Junqueira e Fábio Fabrini, no Estadão
09 de maio de 2012
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