"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 30 de junho de 2012

A IMORALIDADE DO VOTO DE MINERVA PARA OS CONTAS-IMUNDAS

Imoralidade: Voto de Minerva de amiguinho de Dirceu libera candidatura de contas-imundas. Impedimento já!

O Tribunal Superior Eleitoral aprovou nesta quinta-feira nova regra permitindo a candidatura dos chamados contas-sujas, aqueles políticos que tiveram a contabilidade da campanha anterior reprovada pela Justiça Eleitoral. Em março, o tribunal havia proibido a participação desses políticos no pleito municipal de outubro. O recuo se deu no julgamento de um recurso apresentado pelo PT, com o apoio de 17 partidos, contra a norma adotada em março. Como a composição do TSE mudou desde então, a norma foi modificada por quatro votos a três.
 
O julgamento do recurso dos partidos começou na terça-feira, com os votos de seis dos sete ministros. O placar estava em três votos a três quando Dias Toffoli pediu vista. Nesta quinta-feira, ele devolveu o processo ao plenário e desempatou a disputa a favor dos contas-sujas.
 
Amiguinho de Zé Dirceu, o ministro José Antonio Dias Toffoli agora tem a obrigação de se declarar impedido para votar no caso do mensalão sob pena de acabar pondo abaixo o restinho de moral que ainda existe na justiça brasileira.
 
Não bastasse a relação pessoal de Toffoli com Dirceu, que é um dos réus do processo, a advogada Roberta Rangel, namorada do ministro, atuou no caso durante a sessão de recebimento da denúncia no STF. Toffoli não era ministro na época, mas a legislação prevê que isso é motivo para impedimento do juiz.
 
Em junho de 2005, quando estourou o mensalão, Toffoli era subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Respondia diretamente ao então ministro José Dirceu. Mas além da relação profissional, que durou de janeiro de 2003 a julho de 2005, a amizade entre Toffoli e Dirceu nunca foi segredo. A presença do advogado era garantida em todas as festas de aniversário do petista.
 
O problema é que Toffoli é tão cara-de-pau que costuma dizer que não é amigo de Dirceu, portanto, pelo que tudo indica, ele não vai se declarar impedido de julgar o mensalão.
 
Semana passada, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que vai analisar o caso. Mas vai antes esperar para ver se Toffoli toma alguma atitude. Esperar até quando, Gurgel?
 
Um sujeito que não tem de perto os requisitos de conhecimento e experiência para exercer o cargo, que foi nomeado graças à mãozinha de Lula, ser ministro do STF já é um absurdo, julgar o mensalão, então, não só é ilegal: é totalmente imoral.
30 de junho de 2012

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