Algumas coisas são inequívocas na política brasileira:
1) Os candidatos já perceberam que são os eleitores das regiões mais carentes que decidem o pleito;
2) Que estes eleitores (não por culpa deles, é claro) têm um nível de escolaridade, em grande parte, baixíssimo;
3) Que por terem um nível de escolaridade baixíssimo, certas coisas são dificílimas de entender (por exemplo: a questão das licitações, os superfaturamentos etc.);
4) Tais eleitores são mantidos numa situação de dependência e penúria tão grandes que, por mais escandalosas que sejam as obras superfaturadas, eles não querem saber. O que importa é o hospital pronto, a escola pronta. A necessidade pode falar acima da razão (e, sejamos sinceros, muitas vezes, com toda a propriedade. A questão é se colocar no lugar do outro);
5) A associação do poder público aos “neocoronéis microrregionais”(se assim posso chamar), que todos aqui sabem, subjetivamente, quem são, pois dominam bairros de subúrbio e favelas. Alguns candidatos da oposição, no Rio, não podem fazer suas campanhas em diversas regiões, sem um aparato de segurança considerável;
6) O desmantelamento do sistema educacional da cidade que já foi a caixa de ressonância crítica, politizada, intelectualizada deste país. Situação vital para deformar a mentalidade eleitoral do carioca;
7) A falta de uma política nacional séria, que contemplasse a todas as regiões do país, gerando um êxodo rural e regional, que deslocou para as principais cidades do país, nobres brasileiros, trabalhadores honrados que viam nas cidades grandes a oportunidade de realizar seus sonhos. Muitos conseguiram. Mas, muitos outros, caíram na vileza da dependência dos caciques locais, usando-os como massa de manobra para conseguir seus intentos eleitoreiros.
Enfim, não é apenas não saber votar. É o resultado de uma “engenharia” sócio-político-econômica perversa, que obedece à uma lógica de dominação, que é perfeita, pois as pessoas acham que vivem numa democracia, que estão incluídas.
Eis um dos grandes dramas do nosso tempo. Não sei se disse bobagens. Mas é isto que concluo.
2) Que estes eleitores (não por culpa deles, é claro) têm um nível de escolaridade, em grande parte, baixíssimo;
3) Que por terem um nível de escolaridade baixíssimo, certas coisas são dificílimas de entender (por exemplo: a questão das licitações, os superfaturamentos etc.);
4) Tais eleitores são mantidos numa situação de dependência e penúria tão grandes que, por mais escandalosas que sejam as obras superfaturadas, eles não querem saber. O que importa é o hospital pronto, a escola pronta. A necessidade pode falar acima da razão (e, sejamos sinceros, muitas vezes, com toda a propriedade. A questão é se colocar no lugar do outro);
5) A associação do poder público aos “neocoronéis microrregionais”(se assim posso chamar), que todos aqui sabem, subjetivamente, quem são, pois dominam bairros de subúrbio e favelas. Alguns candidatos da oposição, no Rio, não podem fazer suas campanhas em diversas regiões, sem um aparato de segurança considerável;
6) O desmantelamento do sistema educacional da cidade que já foi a caixa de ressonância crítica, politizada, intelectualizada deste país. Situação vital para deformar a mentalidade eleitoral do carioca;
7) A falta de uma política nacional séria, que contemplasse a todas as regiões do país, gerando um êxodo rural e regional, que deslocou para as principais cidades do país, nobres brasileiros, trabalhadores honrados que viam nas cidades grandes a oportunidade de realizar seus sonhos. Muitos conseguiram. Mas, muitos outros, caíram na vileza da dependência dos caciques locais, usando-os como massa de manobra para conseguir seus intentos eleitoreiros.
Enfim, não é apenas não saber votar. É o resultado de uma “engenharia” sócio-político-econômica perversa, que obedece à uma lógica de dominação, que é perfeita, pois as pessoas acham que vivem numa democracia, que estão incluídas.
Eis um dos grandes dramas do nosso tempo. Não sei se disse bobagens. Mas é isto que concluo.
Walter Martins
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