"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 28 de julho de 2012

EM DECISÃO QUE PODE MUDAR PERFIL DE JULGAMENTO, TRE VOTA AFASTAMENTO DE JUÍZA


O mandato de Mônica Fontgalland foi questionado. Ela tem adotado posições duras em votações contra políticos envolvidos em possíveis irregularidades.
O presidente do TRE decide o caso na sessão de hoje

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) toma hoje uma decisão que poderá modificar a correlação de forças existente na Corte. O pleno votará pela permanência, ou não, da juíza Mônica Fontgalland Rodrigues como integrante do grupo. Mônica, que entrou no Tribunal como substituta, ocupa vaga efetiva no lugar do juiz Cid Marconi – desde então, ela tem adotado linha dura contra políticos envolvidos em irregularidades.

O mandato da juíza foi questionado pelo advogado do prefeito cassado de Carnaubal, depois que Mônica votou pelo afastamento do gestor, Raimundo Nonato de Araújo (PSD), por infidelidade partidária. O advogado Régis Albuquerque argumenta que, de acordo com um dos critérios de antiguidade descrito no regimento do TRE, a vaga de Cid Marconi deve ser preenchida por outro substituto, o juiz Antônio Sales de Oliveira.

O questionamento gerou um impasse jurídico na Corte e, agora, o pleno está dividido. O presidente do Tribunal, desembargador Ademar Bezerra, prometeu decidir o imbróglio na sessão de hoje. Na última quarta-feira, ele havia pedido tempo para “estudar melhor o caso” e “buscar subsídios” para embasar seu voto.

Consequências

A chegada de Mônica Fontgalland ao pleno do TRE mexeu com o perfil de votações no Tribunal, e alguns julgamentos recentes tiveram de ser decididos pelo presidente da Corte, que só se manifesta em caso de empates.

Além de ter votado em desfavor do prefeito de Carnaubal, Mônica foi relatora, por exemplo, do processo de infidelidade partidária do deputado estadual Gony Arruda (ex-PSDB e atual PSD), no qual ela sugeria a cassação do mandato do parlamentar.

O julgamento tendia para um desfecho desfavorável a Gony, mas o voto do jurista Manuel Castelo Branco Camurça acabou empatando o placar. Com o voto de minerva de Ademar Bezerra, o deputado escapou da cassação.

Caso o TRE decida hoje por afastar Mônica do posto, o advogado do prefeito de Carnaubal já disse que irá solicitar a anulação do julgamento que retirou o gestor do comando do Executivo.

Procurada pelo O POVO por meio da assessoria do TRE, Mônica disse que prefere não se manifestar.
O Povo (CE) - 27/07/2012
Da Redação

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