"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 5 de julho de 2012

DO UFANISMO À REALIDADE

Essas frases que vou citar abaixo, sobre a economia brasilera prefiro classificá-las como ufanismo e falta de posicionamento profissional no assunto, pois colocá-las como propaganda enganosa, seria, sem um prévio estudo, juizo temerário. Vejamos:

“Outro dia eu disse num debate que mês de julho seria o mês do espetáculo de crescimento. Estou convencido de que esse mês é o mês a gente vai começar a fazer a curva que deveríamos fazer.” Lula 25/6/2003

Sobre a crise econômica estadunidense: “Lá (nos EUA), ela é um tsunami; aqui, se ela chegar, vai chegar uma marolinha que não dá nem para esquiar”. Lula 4/10/2008
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse no dia 27/12/2011, que o Brasil deve ultrapassar a França e se tornar a quinta maior economia do mundo antes de 2015.
A presidente Dilma Rousseff garantiu nesta segunda-feira que o país está “300 por cento” preparado para enfrentar a atual crise financeira internacional (21/5/2012).
Todavia, tudo ficou apagado, quando nas últimas semanas o governo começou a admitir que a crise internacional é mesmo feia. Aí para atenuar a má notícia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o Brasil está mais que sólido e que estava preparado para o tranco.

Diante disso, os aliados do Congresso levaram à pauta projetos que criam despesas. Mas auxiliares de Dilma informam que ela se irritara com o fato de a Câmara ter aprovado, na véspera, projeto que obriga o governo a perseguir a meta de investimento de 10% do PIB na educação (o governo propusera 7%). Abespinhara-se também com a decisão do companheiro presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS) de colocar na pauta de votações da Câmara outros projetos que oneram as arcas do Tesouro e terminou com uma ameaçadora advertência: não se deve “brincar à beira do precipício”.

Mantega fazendo-lhe eco, também avisou que o Plano Nacional de Eucação, que eleva os investimentos em educação dos atuais 5,1% do PIB para 10%: “Isso coloca em risco as contas públicas. Isso vai quebrar o Estado brasileiro.”
Por mais que não queira, fica difícil não qualificar o dito no início como propaganda enganosa.

(*) Fotomontagem: Dilma e Guido
(*) Texto de apoio: Josias de Souza.

Giulio Sanmartini
05 de julho de 2012

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