Sites revelam enriquecimento por parte de principal cotado para assumir o controle do Partido Comunista e são censurados na China
Xi Jinping, o homem cotado para ser o próximo presidente da China alertou os membros do governo durante uma reunião anticorrupção em 2004: “Controlem suas esposas, filhos, parentes e funcionários, e prometam nunca usar o poder para ganhos pessoais”. Mas, enquanto ele galgava os postos mais altos da hierarquia do Partido Comunista, sua família expandiu seus negócios, atuando nos setores de minérios, imóveis, e telefonia celular.
De acordo com documentos públicos, reunidos pela Bloomberg, os investimentos correspondem a ativos que totalizam US$ 376 milhões; 18% das ações de uma companhia de matérias-primas que tem mais de um bilhão de dólares em ativos; e uma participação de US$ 20,2 milhões em uma companhia de tecnologia negociada abertamente.
Nenhum dos ativos foi diretamente relacionado a Xi Jinping, sua esposa Peng Liyuan, uma famosa cantora do Exército de Libertação Popular, ou sua filha, uma estudante na universidade norte-americana de Harvard. Não há nenhuma indicação de que ele tenha feito qualquer intervenção para facilitar as relações comerciais de seus parentes, ou nada que possa incriminar um membro de sua família. A Bloomberg teve o cuidado de publicar sua matéria sugerindo que os parentes de Xi Jinping foram simplesmente abençoados com uma sorte infinita.
A resposta do governo foi a esperada: os sites da Bloomberg e da Businessweek foram censurados pela firewall do governo chinês. Além disso, um artigo da Economist mencionando a matéria da Bloomberg também está indisponível para a população da China. No entanto, por ser uma ferramenta essencial para os negócios da elite financeira chinesa, o site da Bloomberg Professional não teve sua acessibilidade alterada.
“Os cidadão chineses se enfurecem quando ouvem histórias sobre pessoas se tornando milionárias e bilionárias por meio da influência política”, diz Barry Naughton, professor de economia chinesa na Universidade da Califórnia, em San Diego. A investigação sobre os membros do governo está se intensificando antes da transição, no fim do ano, quando Xi Jinping e a próxima geração de líderes devem assumir o poder. A expulsão, em março, de Bo Xilai, chefe do maior distrito municipal do país, por participação num escândalo de corrupção e assassinatos, inflamou a fúria popular contra a corrupção, e deu origem a exigências de que os membros do alto escalão do Partido Comunista detalhassem sua fortuna em editoriais de publicações financeiras chinesas.
Em abril, a Bloomberg News reportou que a família de Bo Xilai acumulara cerca de US$ 136 milhões em ativos.
Estruturas complexas de propriedade são comuns na China, de acordo com Victor Shih, um professor da Northwestern University, em Evanston, Illinois, que estudas as ligações entre finanças e política no país. Os “príncipes” (membros do Partido cotados para a sucessão) colocam pessoas de sua confiança, quase sempre familiares, para abrirem companhias que participam de licitações das empresas estatais, afirmou Shih, que não se referia especificamente à família de Xi Jinping.
05 de julho de 2012
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