O inacreditável resgate de um perigoso traficante, preso horas antes com duas
granadas na cintura ( homem- bomba), no início da tarde de terça-feira, na 25ª
Delegacia Policial, na Zona Norte do Rio, parece cena de filme americano
estrelado por Denzel Washington ou Bruce Willis, com muita mais facilidade e
rapidez do que na tela.
Inacreditável e inaceitável a ousadia de narcoterroristas e a vulnerabilidade policial. Cerca de quinze bandidos (o número é esse mesmo), numa ação de guerrilha urbana, armados com fuzis de guerra e se comunicando por radiotransmissores -uma testemunha disse que pareciam um grupo de policiais -transportados em dois carros e duas motos, resgataram, em poucos minutos, o traficante Diogo de Souza Feitosa, o segundo homem na hierarquia do tráfico das favelas de Maguinhos e Mandela.
Um cena real e muito comum no Rio de tempos atrás -hospitais eram também invadidos para resgatar bandidos – que pode tornar a desafiar, incomodamente, a pólicia fluminense. Em 2009, seis bandidos vestidos como policiais civis e armados com fuzis renderam dois agentes plantonistas da Polinter do Grajaú, na Zona Norte, e libertaram 30 presos de uma carceragem.
O grupo chegou à unidade policial com um homem algemado e com a suposta documentação necessária para dar entrada na prisão. Eles renderam os dois plantonistas responsáveis pelo controle dos 150 detentos encarcerados no local e começaram a abrir as celas usando um grande alicate. Cinco detentos foram recapturados pouco depois da ação.
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REVENDO CONCEITOS
Quem imaginava, portanto, que o narcoterrorismo, após os episódios da tomada da Favela Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na Penha, e da implantação do projeto UPPs, havia sucumbido totalmente terá que rever seus conceitos. O narcoterrorismo não morreu em sua essência. Pelo contrário, está mais atuante do que nunca. Para derrotá-lo fragorosamente talvez falte muito.
Precisamos calçar as sandálias da humildade e desenvolver, contra a criminalidade atípica e ousada do Rio, ações permanentes de busca e vasculhamento nos redutos da criminalidade violenta, onde quem manda é a lei do terror e das armas de guerra, que continuam adentrando, juntamente com as drogas, no queijo suíço de nossos morros e favelas.
Tudo pode se esperar do banditismo do Rio. O que não se espera é que o nosso aparelho policial ainda seja tão vulnerável a tal ponto. Se a invasão a delegacias policias e o ataque a policias de UPPs virar moda, a relativa sensação de segurança, até aqui vivida pela população fluminense, terá sido coisa do passado e o temor ao crime a tônica do futuro.
Milton Corrêa da Costa
05 de julho de 2012
Inacreditável e inaceitável a ousadia de narcoterroristas e a vulnerabilidade policial. Cerca de quinze bandidos (o número é esse mesmo), numa ação de guerrilha urbana, armados com fuzis de guerra e se comunicando por radiotransmissores -uma testemunha disse que pareciam um grupo de policiais -transportados em dois carros e duas motos, resgataram, em poucos minutos, o traficante Diogo de Souza Feitosa, o segundo homem na hierarquia do tráfico das favelas de Maguinhos e Mandela.
Um cena real e muito comum no Rio de tempos atrás -hospitais eram também invadidos para resgatar bandidos – que pode tornar a desafiar, incomodamente, a pólicia fluminense. Em 2009, seis bandidos vestidos como policiais civis e armados com fuzis renderam dois agentes plantonistas da Polinter do Grajaú, na Zona Norte, e libertaram 30 presos de uma carceragem.
O grupo chegou à unidade policial com um homem algemado e com a suposta documentação necessária para dar entrada na prisão. Eles renderam os dois plantonistas responsáveis pelo controle dos 150 detentos encarcerados no local e começaram a abrir as celas usando um grande alicate. Cinco detentos foram recapturados pouco depois da ação.
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REVENDO CONCEITOS
Quem imaginava, portanto, que o narcoterrorismo, após os episódios da tomada da Favela Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na Penha, e da implantação do projeto UPPs, havia sucumbido totalmente terá que rever seus conceitos. O narcoterrorismo não morreu em sua essência. Pelo contrário, está mais atuante do que nunca. Para derrotá-lo fragorosamente talvez falte muito.
Precisamos calçar as sandálias da humildade e desenvolver, contra a criminalidade atípica e ousada do Rio, ações permanentes de busca e vasculhamento nos redutos da criminalidade violenta, onde quem manda é a lei do terror e das armas de guerra, que continuam adentrando, juntamente com as drogas, no queijo suíço de nossos morros e favelas.
Tudo pode se esperar do banditismo do Rio. O que não se espera é que o nosso aparelho policial ainda seja tão vulnerável a tal ponto. Se a invasão a delegacias policias e o ataque a policias de UPPs virar moda, a relativa sensação de segurança, até aqui vivida pela população fluminense, terá sido coisa do passado e o temor ao crime a tônica do futuro.
Milton Corrêa da Costa
05 de julho de 2012
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