"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 22 de agosto de 2012

CASO ASSANGE

A diplomacia brasileira brilhou na crise entre o Equador e a Inglaterra


Com sede em Washington, a Organização dos Estados Americanos, a OEA, essencialmente não serve para nada. É uma opinião da qual dificilmente discordaria qualquer um dos mais de 30 países que a integram.
Pois, em sua consistente e comprovada inutilidade, a OEA acaba de ter um momento luminoso nesta semana. Por maioria esmagadora, a OEA decidiu apoiar o Equador no embate diplomático que o país trava com a Inglaterra por causa de Julian Assange.
Uma reunião foi convocada para a semana que vem, mas desde já a OEA registrou sua rejeição à ameaça britânica de quebrar a inviolabilidade da embaixada do Equador em Londres para retirar dela, na marra, Assange e depois extraditá-lo para a Suécia


Assange, na sacada da Embaixada.

Os Estados Unidos foram contra, previsivelmente. A importância histórica da decisão da irrelevante OEA está em registrar que existe um mundo novo que não acha, necessariamente, que o que é bom para os Estados Unidos é bom para todos.
O Brasil, também previsivelmente, se pôs ao lado do Equador, pela voz do chanceler Antônio Patriota. A independência brasileira em relação aos americanos na política exterior é um sinal de maturidade do país.
Clap, clap, clap para a diplomacia brasileira. De pé.

22 de agosto de 2012
Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário