Depois de o relator e o revisor do processo entrarem em acordo para que o debate entre ambos seja breve na retomada do julgamento, a expectativa de que mais três ou quatro ministros consigam votar na segunda-feira aumenta.
A conversa que Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski tiveram ao fim da sessão de quinta-feira, com direito a abraços e um clima descontraído, pode ter sido decisiva para que o julgamento não se prolongue até o fim do ano, como estima Marco Aurélio Mello.
Barbosa diz que não tem a intenção de transformar o caso em uma "guerra pessoal entre dois ministros". Lewandowski também afirmou que o debate é entre teses, e não no campo pessoal.
"Não há nenhum desgaste. Nós, que vivemos em um ambiente colegiado, estamos acostumados a divergir, a ver nossas posições vencedoras ou perdedoras. Isso faz parte. Não levamos nada pessoalmente. Defendemos teses. Não é a nossa pessoa que está em jogo, o que está em jogo é o destino dos réus", frisou o revisor em entrevista ontem. Ele acrescentou que o contraponto ajudará os demais ministros a tomarem suas decisões.
OrdemApós Barbosa e Lewandowski usarem a palavra na sessão de segunda-feira — o primeiro vai contestar o voto do segundo sobre João Paulo Cunha —, será a vez de Rosa Weber. Ela costuma ser sucinta.
Depois, será Luiz Fux, que faz votos mais demorados em julgamentos importantes.
Dias Toffoli não deve fazer uma manifestação muito longa, embora tenha um denso material escrito. Cármen Lúcia, por sua vez, já adiantou a pessoas próximas que pretende votar o primeiro item em 15 minutos.
Gilmar Mendes diz que não precisará falar por mais de 20 minutos.
De outro lado, Cezar Peluso ainda não definiu se votará ou não.
Marco Aurélio costuma improvisar, mas fará questão de pontuar alguns aspectos da ação, o que favorece um pronunciamento um pouco mais demorado.
Depois de exposições amplas do relator e do revisor, a mais longa, agora, deverá ser o do decano, Celso de Mello. Penúltimo a ter a palavra, ele é conhecido por discursos amplamente embasados e, consequentemente, extensos.
Mas afirmou, por meio de seu gabinete, que "pretende fazer uma exposição resumida, que sintetize de modo objetivo o voto que elaborou". Último a se pronunciar, o presidente Ayres Britto será célere, pois tem interesse em concluir o mais rapidamente possível o julgamento.
Correio Braziliense(DA)
25 de agosto de 2012
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