Desde que passei a escrever artigos ocasionalmente volto ao assunto da capacidade de ignorar o pensamento racional que certas pessoas talentosas demonstram.
Dentro de suas profissões, sejam atores, cantores, escritores ou jornalistas são capazes de trabalho eficiente e eficaz.Contudo em termos políticos são culpados de absoluta cegueira e negação. Conseguem achar heróica e justificável uma ditadura de mais de cinqüenta anos em Cuba, não vêem nada de errado com uma FARC que aprisiona pessoas, dentre as quais algumas bastante humildes por cinco, sete ou doze anos como se fossem assassinos.
Na maioria dos casos prisioneiros da FARC que tivessem sido condenados no Brasil à pena de 30 anos passariam menos anos em uma cela do que os reféns desses terroristas passam na prisão verde da selva colombiana.
Além disto, por muito que o trânsito de drogas seja normal em certos meios ditos intelectuais, não deve haver muita dúvida de que o seu trafego, basicamente uma atividade de crime organizado é nefasta para a sociedade.
E por que este grupo de pessoas consegue desculpar a dilapidação dos recursos do povo, consegue aceitar uma carga de impostos de cerca de 40% do PIB, recaindo com maior peso sobre o consumo das pessoas que estão, a duras penas, saindo do nível de sobrevivência para uma vida digna, sem que esta massa de impostos realmente resolva problemas de estrutura que viriam a baratear a produção nacional de bens.
Essencialmente o desprezo demonstrado pelos argumentos, infelizmente pouco disseminados de pensadores brasileiros não engajados com o cego socialismo de mentirinha do PT e de outras agremiações seria uma prova de preguiça mental, de falta de vontade de enfrentar seus pares para não ficar isolado?
Aqui faço uma pausa para dizer que Fernando Henrique, a partir de 2007 deveria ter expressado atitudes críticas muito claras para com o PT e Lula. Havia dado ao lulismo sua oportunidade de trabalhar sem ser acossado por críticas e não mudou a sua posição após ficar transparente o mal do mundo lulista, mesmo sendo o único líder com estatura para isto. Com todas as falhas que se lhe atribuíram, com todas as críticas que lhe desejem fazer comparado ao que aí está fez um governo impoluto.
Mas voltando às figuras do mundo artístico e literário que endossam tudo que estamos vivendo ouvi por estes dias um cronista americano, Pat Sajak analisando a mesma questão em Hollywood.
Historicamente 80% (O número de simpatizantes dos Democratas talvez tenha baixado para 65% na presidência Obama).do mundo dos artistas apóiam o Partido Democrata.
O artista se entrevistado acha que paga pouco imposto. Conversa! Na verdade acha que merece tudo que ganha.
Estes artistas, alguns fazendo quatro filmes ao ano à base de 15 milhões de dólares por filme cuidadosamente empregam os melhores contadores e advogados de direito fiscal para pagar o mínimo possível.
Segundo Sajak, se quiserem podem emitir um cheque e darem mais algum dinheiro ao Tesouro que aceitará com prazer a contribuição. Alguns poucos talvez até façam alguma coisa, mas o normal é voarem nos seus jatinhos de uma de suas muitas casas para a outra enquanto endossam medias fiscais que cerceiam o desenvolvimento, não dos grandes empreendimentos, que se forem taxados em excesso migrarão e farão seus negócios em países com políticas fiscais menos duras, mas afetam os pequenos e médios negócios bem sucedidos.
Claramente nenhum deles acha estar sendo excessivamente remunerado, nem que talvez devesse pagar os impostos sem lançar mão de abrigos fiscais contidos na lei.
Isto chama a atenção num momento em que a presidência Obama endivida o país em projetos que nunca dão certo e joga obstáculos a projetos que gerariam uma recuperação rápida, mas que não se enquadram nos seus ideais socialistas e comunistas.
Um dos problemas é que os artistas são membros de uma elite criativa. Nas suas profissões são capazes de grandes acertos pela via do instinto. Um músico sabe que isto ou aquilo dará certo, ou ao menos sente que sabe. Um escritor também. Eles podem queimar fases.
Mas um país não deveria ser dirigido intuitivamente. Ideais não deveriam substituir o planejamento sólido. Um objetivo depois de enunciado deve passar por um processo construtivo que explique com chegamos do status inicial ao objetivo final.
Exemplos claros no Brasil foram a pletora de refinarias, a transposição do Rio São Francisco, a Ferrovia do Norte do Sarney, a Copa do Mundo e a Olimpíada, todas iniciativas tomadas sem um estudo de viabilidade e de rentabilidade.
Enquanto isto as safras não chegam aos portos porque as estradas não comportam os caminhões, os portos não têm capacidade e assim por diante. No entanto o dinheiro esteve disponível para os trabalhos de infra-estrutura necessários, apenas foi destinado para atividades mais vistosas e onde pudesse ser desviado.
E os “intelectuais” do Brasil de uma forma geral continuam aplaudindo e subindo nos palanques.
Mas nem pensar em contratar um professor de Introdução à Economia.
07 de setembro de 2012
Ralph J. Hofmann
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