Livro retrata em detalhes a história da Polônia durante a Segunda Guerra (Reprodução/Internet)
O sofrimento da Polônia durante a guerra foi extraordinário e amplamente negligenciado pelo resto do mundo
A maior lacuna da maioria das histórias da Segunda Guerra refere-se ao que aconteceu com a Polônia. Ao fim da guerra, o país havia perdido sua liberdade além de um quinto de sua população apesar de ter batalhado contra os alemães desde o primeiro até o último dia.Até a publicação do livro de Halik Kochanski The Eagle Unbound: Poland and the Poles in the Second World War (A Águia Desacorrentada: a Polônia e os Poloneses na Segunda Guerra Mundial) ninguém havia escrito uma história detalhada em inglês do desempenho da Polônia na guerra. Kochanski, uma historiadora britânica cuja experiência da própria família é ilustrada em sua história, entrelaça os fios políticos, militares, diplomáticos e humanos da história.
Sua história vai da fraqueza fatal da Polônia pré-guerra (dividida, financeiramente limitada e isolada) à humilhação do desfile de vitória da Grã-Bretanha em 1946, quando os organizadores convidaram cidadãos de Fiji e do México, mas não da Polônia.
Os leitores acostumados a relatos ocidentais de uma guerra entre o bem e o mal podem se chocar ao ficar sabendo que, para a Polônia, a guerra teve três lados. Os aliados ocidentais eram dissimulados e os soviéticos, durante a maior parte do tempo, foram tão maus quanto os nazistas.
Kochanski faz relatos admiravelmente claros do campo de batalha. Ela também enfrenta outras questões: a relação tensa entre a liderança secreta polonesa impaciente e mal informada e o administração dividida e mal liderada do governo polonês exilado em Londres, posto de lado e depois descartado pelos aliados à medida que os soviéticos marchavam rumo ao oeste.
As opiniões da autora a respeito das questões mais espinhosas da história dos tempos de guerra da Polônia, tal como a conexão entre antissemitismo local, colaboração e o holocausto é cautelosa e equilibrada.
Ela reúne uma gama impressionante e completa de materiais ingleses e poloneses. No entanto, ela ignora a extensa gama de histórias, memórias e biografias nas línguas russa e alemã.
Como resultado, embora suas vítimas sejam retratadas em cores, os vilões o são apenas em preto e branco. O sofrimento dos poloneses e as subsequentes negligência e distorção geram uma enorme sensação de ultraje. Os leitores poderão entender mais profundamente, por exemplo, porque a descrição de Auschwitz e similares como "campos de morte poloneses" é tão injusta e irritante.
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