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Prevendo que esse gesto de imenso mau gosto fosse gerar reações, o diretor da revista, Maurício Barros, deu declarações na semana passada que visavam a tirar qualquer traço culpa ou deliberação do ato da revista: “Acho que pode haver a comparação porque Jesus Cristo foi o crucificado mais famoso, mas a nossa analogia é com a execução, como a crucificação como elemento histórico de execução pública".
Duas coisas curiosas que devemos levar em consideração nessa história são:
1) A cruz não é, nem de longe, o único “elemento histórico de execução pública” passível de ser utilizado como analogia visual.
Há dois outros que, por exemplo, poderiam ser muito bem utilizados pela revista: a guilhotina, método de execução pública preferido pelos revolucionários jacobinos durante a Revolução Francesa; e o enforcamento, certamente o método de execução pública mais utilizado na história humana, desde a Antiguidade até os dias de hoje. Ambos passariam exatamente a suposta mensagem que a revista quis passar, qual seja, a de condenação pública. No entanto, essa não é a intenção da revista, o que se demonstra abaixo.
2) Se o objetivo não era comparar Neymar a Jesus Cristo, por que então a revista realizou uma montagem com base numa famosíssima pintura de Cristo crucificado? A obra que serviu de base para a montagem é o quadro “Cristo Crucificado” (1632), do grande retratista barroco Diego Velázquez. Veja abaixo:
Repare bem a comparação entre as duas imagens. Os detalhes são exatamente os mesmos: a forma do tecido que cobre o quadril de Jesus Cristo, sangue de seus pés, a posição dos dedos das mãos, até mesmo o lado aberto de Cristo, trespassado pela lança de um soldado romano.
Diante dessa evidência claríssima, qualquer justificativa improvisada de dizer que não se queria comparar Neymar a Cristo só pode ser tomada como uma grande e deslavada mentira. O objetivo foi, sim, o de utilizar um símbolo religioso querido a milhões de brasileiros, sinal de Redenção e Salvação para todos aqueles que abraçam a fé cristã, e, assim, promover a revista através da mais baixa e rasteira polêmica.
Temos que continuar a expor esse desrespeito à cultura brasileira e à fé cristã assinando e divulgando a quem conhecemos o abaixo-assinado em repúdio a essa ofensa. Fazer isso não é apenas nosso direito de cidadãos, mas, para aqueles que são cristãos (como eu), é um dever imperioso: como nos apresentaremos diante de Deus e diremos que, até mesmo nas mínimas coisas, nos eximimos defender as verdades de fé legadas por Nosso Senhor?
Mas não basta apenas assinar o abaixo-assinado: precisamos esclarecer as pessoas que conhecemos sobre essa baixeza vil e promover um grande boicote à revista Placar por essa ofensa despropositada a milhões de brasileiros.
02 de outubro de 2012
Felipe Melo
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