Cada civilização fez seu Deus à sua imagem e semelhança. Os africanos fizeram seus deuses “afrodescendentes” de pele negra, os indianos com cabelos lisos, os orientais com os olhos puxados, os indígenas no norte da América com a “a pele vermelha”, os europeus aloirados e com os olhos claros, os gregos e romanos loiros e morenos-claros com olhos azuis, e por aí vai…
E cada um diz que o seu Deus é o que é certo, é o único e o verdadeiro criador do mundo, que os outros são falsos e que, por isso, o nome do seu Deus deve ser divulgado pelo mundo e que os outros deuses devem ser desprezados – nem que para isso seja necessário uma pequena “força” de convencimento!
Ora, será que, se os cristãos tivessem nascido na Índia, não estariam se curvando para Bhrama? Ou, se tivessem nascido no Afeganistão, não adorariam o Profeta e morreriam pelo seu nome? E se, porventura, tivessem nascido na África, não procurariam se aproximar dos deuses com sacrifícios para Obaluaiê? Ou mesmo, por acaso, nascido entre os aborígenes australianos, não adorariam Mangar-kunjer-kunja – o lagarto que criou os seres humanos – e não jurariam de “pés juntos” que este é, realmente, o Deus verdadeiro?
Quem considera que todos os seres humanos são iguais, independente da cor, crença e raça (de acordo com o atual governo, os humanos se dividem em raças, como cachorro!) e que, por isso mesmo, acredita que toda a cultura tem o mesmo valor, terá que concordar em uma coisa: ou todos estão certos ou todos estão errados, já que ninguém é melhor do que ninguém…
17 de outubro de 2012
Francisco Vieira
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