O ex-presidente do PT José Genoino entregou o cargo de assessor especial do Ministério da Defesa nesta quarta-feira (10). Ele participou nesta manhã de reunião do Diretório Nacional do PT.
O Palácio do Planalto já havia avisado ao Ministério da Defesa que Genoino que teria de pedir demissão do cargo no governo quando terminar o julgamento de sua participação no mensalão, informou Vera Magalhães na coluna Painel de hoje.
Genoino anunciou a saída do governo durante a leitura de uma carta na sede do PT em São Paulo. O petista não respondeu as perguntas dos jornalistas. O pronunciamento durou cerca de cinco minutos. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas. Ele foi aplaudido pelos correligionários.
Ele abriu a carta citando o poeta Mário Quitana. "Eles passarão, eu passarinho".
"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes", afirmou o ex-presidente do PT. "Não me envergonho da nada."
Para Genoino, a "corte errou" em sua condenação. Ontem, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou, durante o julgamento do mensalão, por sua condenação pelo crime de corrupção ativa. "Foi injusta, condenou um inocente, condenou-me sem provas. Reservo o direito discutir democraticamente esta decisão."
Ele também falou que existe uma campanha de ódio contra o PT.
"A minha condenação é uma tentativa de condenar todo um partido", afirmou. "Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião", completou.
Segundo Genoino, o julgamento está sendo feito em meio "a diuturno e sistemática campanha de ódio contra o PT".
"Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno no momento em que os juízes são pautados por cometários políticos?", questionou.
ACUSAÇÃO
De acordo com a Procuradoria, o ex-presidente petista participou das negociações com os partidos aliados e com os bancos que alimentaram o valerioduto e orientou a distribuição do dinheiro do esquema.
A defesa do ex-presidente do PT afirma que Genoino não lidava com as finanças do partido, apenas com a articulação política. Afirma ainda que ele só assinou os contratos dos empréstimos dos bancos por obrigação formal como presidente da sigla e nega ter orientado a distribuição de recursos do valerioduto.
O esquema de compra de apoio político no Congresso, que ficou conhecido como mensalão, foi revelado pela Folha em 2005, em entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), dando origem ao principal escândalo do governo Lula e provocando uma CPI no Congresso. (Leia aqui a entrevista ).
Os ministros Ayres Britto (esq.), Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes entram no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para o julgamento do mensalão
10 de outubro de 2012
CATIA SEABRA e BERNARDO MELLO FRANCO - UOL
O Palácio do Planalto já havia avisado ao Ministério da Defesa que Genoino que teria de pedir demissão do cargo no governo quando terminar o julgamento de sua participação no mensalão, informou Vera Magalhães na coluna Painel de hoje.
Genoino anunciou a saída do governo durante a leitura de uma carta na sede do PT em São Paulo. O petista não respondeu as perguntas dos jornalistas. O pronunciamento durou cerca de cinco minutos. Cercado por assessores, ele leu a carta com as mãos trêmulas. Ele foi aplaudido pelos correligionários.
Ele abriu a carta citando o poeta Mário Quitana. "Eles passarão, eu passarinho".
Sérgio Lima - 17.jun.2010/Folhapress |
O ex-presidente do PT José Genoino, condenado pela maioria do STF por corrupção ativa no processo do mensalão |
"Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes", afirmou o ex-presidente do PT. "Não me envergonho da nada."
Para Genoino, a "corte errou" em sua condenação. Ontem, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou, durante o julgamento do mensalão, por sua condenação pelo crime de corrupção ativa. "Foi injusta, condenou um inocente, condenou-me sem provas. Reservo o direito discutir democraticamente esta decisão."
Ele também falou que existe uma campanha de ódio contra o PT.
"A minha condenação é uma tentativa de condenar todo um partido", afirmou. "Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião", completou.
Segundo Genoino, o julgamento está sendo feito em meio "a diuturno e sistemática campanha de ódio contra o PT".
"Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno no momento em que os juízes são pautados por cometários políticos?", questionou.
ACUSAÇÃO
De acordo com a Procuradoria, o ex-presidente petista participou das negociações com os partidos aliados e com os bancos que alimentaram o valerioduto e orientou a distribuição do dinheiro do esquema.
A defesa do ex-presidente do PT afirma que Genoino não lidava com as finanças do partido, apenas com a articulação política. Afirma ainda que ele só assinou os contratos dos empréstimos dos bancos por obrigação formal como presidente da sigla e nega ter orientado a distribuição de recursos do valerioduto.
O esquema de compra de apoio político no Congresso, que ficou conhecido como mensalão, foi revelado pela Folha em 2005, em entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), dando origem ao principal escândalo do governo Lula e provocando uma CPI no Congresso. (Leia aqui a entrevista ).
Os ministros Ayres Britto (esq.), Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes entram no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) para o julgamento do mensalão
10 de outubro de 2012
CATIA SEABRA e BERNARDO MELLO FRANCO - UOL
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