Outro dia, bonito e ensolarado, andando pelo centro de Santos, depois de saborear uns pastéis deliciosos (um pedação de queijo meia cura apenas coberto com uma massinha fina) e um chopp Germânia 8 graus, com colarinho cremoso, no famoso e bom Bar Carioca, ao lado da Prefeitura, na Praça Mauá, encontrei um amigo que não via há muito tempo, de quando eu trabalhava com ele na The City e, depois de abraçá-lo, iniciei a conversa:
- E aí, Fonseca, quanto tempo! Tudo bem?
A resposta foi seca e cortante: – Péssimo!
- Mas como, péssimo? Com aquela Ferrari Testa Rossa que você tem, depois do sucesso da sua empresa?
- Deu perda total num acidente… E o pior é que o seguro tinha acabado de vencer.
- Bem, vão-se os anéis, mas ficam os dedos. E aquele seu filhão que se formou com louvor?
- Estava dirigindo a Ferrari…. Morreu.
Eu não sabia onde enfiar a cara. Sem graça, tentei fugir daquele assunto tão trágico fazendo outra pergunta:
- E aquela sua filha que foi aprovada como modelo na famosa Agência Ford?
- Pois é! Estava junto com o irmão. Está disforme. Só a minha mulher não estava no carro.
- Graças a Deus! Como ela vai?
- Deve estar indo bem. Fugiu com o meu sócio.
- Bem, pelo menos a empresa ficou só para você.
- O cacete! Ela fugiu com ele porque me roubaram tudo. Deixaram a firma quase falida. Estou devendo milhões!
- Puta merda! Então, vamos mudar de assunto. E seu time?
- Sou palmeirense, que parece que vai para a segunda divisão.
- Pelo amor de Deus, Fonseca! Você não tem nada de positivo para contar?
- Tenho sim. HIV!
10 de outubro de 2012
Ancião
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