Fiel ao seu estilo estrepitoso, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, dedo em riste, protagonizou, semana passada, mais um dos seus costumeiros ataques de modéstia.
Tomado pela crônica obnubilação, disse, sem ao menos um segundo de intervalo crítico, o que lhe veio à mente. Produziu pérolas como esta:
“Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o País sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse País alegre que é, nem esse País orgulhoso que é”, afirmou, insistindo no vezo de usar o pronome demonstrativo equivocado.
Orgulhoso de quê?
Orgulhoso da violência reinante ou das favelas governadas por traficantes?
Orgulhoso da carga tributária escorchante?
Orgulhoso do IDH humilhante ou do analfabetismo aviltante?
Orgulhoso da corrupção acachapante ou da dívida interna ¯ R$ 1, 5 trilhão ¯ avassalante?
Orgulhoso dos assaltantes, dos ignorantes ou das filas acabrunhantes dos hospitais públicos, pululantes de doentes abandonados pelos corredores?
Orgulhoso daquela entrevista afrontante em Paris, reconhecendo que sua campanha à Presidência fora paga com dinheiro não declarado?
Orgulhoso dos inúmeros ministros ¯ só no governo atual foram sete ¯ exonerados por corrupção, mas só depois das denuncias da imprensa inquietante?
Pensando bem, há de ser orgulho de tudo isso, mas, principalmente, orgulho do mensalão, essa obra de uma deletéria engenharia financeira tão criativa quanto nociva.
Por falar em mensalão, as palavras do ex-presidente foram pronunciadas em comício de apoio à candidatura de Carlos Grana à prefeitura de Santo André. Grana...
Para Luiz Inácio da Silva, o Brasil não seria o mesmo sem o PT.
Pensando bem, ele tem razão. Não seria mesmo!
07 de outubro de 2012
Marcelo Alcoforado
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