Se você assistiu ao debate de ontem (04/10) na TV Globo teve uma enorme dificuldade de chegar ao final sem dormir.
Candidatos despreparados e sem qualquer proposta séria para apresentar aos eleitores. Muitas generalidades, disse-me-disse e uma infinidade de “conversas-para-boi-dormir” deram a tônica a um debate chato, sem empolgação e que não acrescentou absolutamente nada como auxiliar na escolha do eleitorado.
Melhor teria sido assistir a um “enlatado” qualquer.
De todos os candidatos, Rodrigo Maia foi o de pior desempenho. Gaguejando, preocupado mais em falar das possíveis realizações passadas de seu pai do que de seus projetos futuros, sentia na pele o medo e o nervosismo provocado pelo fato de ter uma herança política ruim e como vice a representante de uma das famílias políticas mais denunciadas por corrupção e irregularidades no Estado – a Família Garotinho.
Eduardo Paes pouco disse e preferiu dançar sobre os cadáveres políticos de seus rivais despreparados, numa enorme demonstração de arrogância política e de desrespeito ao eleitorado. Nada diferente poderia ser esperado dele, já que apresenta exatamente a mesma postura frente a prefeitura carioca. Foi pouco incomodado pelos adversários que parecem ter esquecido as gravíssimas denúncias de corrupção e a cópia do Mensalão aplicada por seu partido aqui no RJ e desmascarada nos últimos dias, colocando sua campanha e lisura em cheque. Talvez, o silêncio dos adversários tenha se explicado pelos próprios “rabos presos” da maioria.
Freixo, só falava de sua luta contra as milícias e da enorme “saia justa” em ter vários milicianos em seu próprio partido. Propostas pouco factíveis e um partido que ainda pensa estar em plena Guerra Fria não fizeram sua candidatura palatável aos cariocas. Sua maior força é entre estudantes empolgados e facilmente iludidos pelo discurso pseudo revolucionário, uma parte da elite cultural da cidade que ainda se ilude com a esquerda romântica do Brasil e com partidos medievais como o PSOL.
Otávio Leite tentou ”vender” a ideia de defensor dos deficientes e de eficiência administrativa e política. Mas, sua atuação parlamentar extremamente apagada e desconhecida do grande público não lhe conferem qualquer vantagem ou veracidade. Além disso, suas propostas apesar de atraentes em alguns pontos soam muito mais como um “sonho de verão” do que uma realidade.
Aspásia Camargo parece uma senhora prestes a servir bolinhos e chá para a audiência a qualquer momento. Sem empolgação, sem encantamento, sem carisma e com propostas limitadas a reciclagem de lixo e na preocupação com o legado das olimpíadas (ela ainda acredita nisso, mesmo diante dos desastres que esses espetáculos provocaram em outras cidades que os sediaram).
Preocupada em fazer caminhadas pelos morros e pelas praias da Zona Sul, parece ter esquecido que a eleição é decidida no bom e velho subúrbio (Zonas Norte e Oeste da cidade).
Faz uma campanha acima do eleitor médio e impenetrável para os mais pobres.
Esqueceu de que não adianta falar em reciclar o lixo e cuidar do meio ambiente para quem não tem trabalho, coleta de lixo e nem esgoto em casa. Teses “para o amanhã” vendidas para um povo atolado “no agora”.
A mais pura verdade é que esse formato de debate está saturado e não empolga ninguém. Mantém os candidatos em redomas impermeáveis aos reais anseios da população e do eleitorado. Tudo é muito limpinho, certinho e perfumadinho.
Fazer um debate sem perguntas previamente estudadas, com a participação interativa da Internet e dos eleitores via telefone, redes sociais e quaisquer outros meios é a única forma de gerar empolgação, informar melhor o eleitorado e mostrar quem realmente tem propostas factíveis, sérias e está bem preparado para resolver os problemas gravíssimos que assolam nossa cidade.
Ainda mais quando damos o azar de ter candidatos tão ruins como estes.
E você, eleitor carioca, o que pensa disso?
07 de outubro de 2012
visão panorâmica
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