Barril
de pólvora – O discurso proferido a partir do plenário do Senado Federal pelo
senador tucano Mário Couto (PA) foi o grande evento da
terça-feira (30) na política nacional.
Conhecido por seus discursos inflamados,
Couto disse que os parlamentares são ladrões e que a corrupção é generalizada na
política brasileira. O senador paraense sugeriu que o Supremo Tribunal Federal
investigasse a evolução patrimonial de senadores e deputados, o que provocou a
reação de seus pares.
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São dezenas ou centenas de parlamentares que estão aqui cheios de processos nas
costas. Está escrito na testa: ladrão. Estão ricos porque roubaram do povo –
afirmou Mário Couto, aos berros, como sempre faz.
Um
discurso do senador Mário Couto (PSDB-PA), na tribuna do Senado, chamando os
parlamentares de “ladrões”, dizendo que a corrupção é generalizada na política
brasileira, e defendendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a evolução
patrimonial de todos os deputados e senadores, na tarde desta terça-feira,
provocou protestos de seus pares. O tucano elogiou o julgamento do mensalão, mas
afirmou que ele não é suficiente.
O
discurso de Mário Couto causou indignação no plenário da Casa e a primeira a se
manifestar foi a senadora baiana Lídice da Mata, líder do PSB. “Não aceito esse
tipo de pronunciamento. Meu partido tem senadores dignos, honestos”, disse a
senadora.
Já
o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), tentou acalmar os ânimos, apesar de
não ter acompanhando o discurso do companheiro de legenda. “Ele não fez
referência a nomes. Não acredito que ele tenha generalizado. Talvez não tenha
sido bem entendido”, afirmou o tucano.
Candidata
derrotada À prefeitura de Manaus, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que
presidia a sessão, rebateu Mário Couto. “Eu corroboro (com a senadora Lídice da
Mata). Ele generalizou, sim”, disse a senadora do Amazonas.
Horas
depois da polêmica, Mário Couto voltou ao plenário protestar contra suposta
censura do Senado ao seu discurso. “Eu quero que a palavra ladrão esteja contida
no meu pronunciamento. É um direito democrático que eu tenho”, disse o senador
do Pará. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse, logo após o
incidente, que tomaria providências.
Os
números não mentem
Se
senadores e deputados são ladrões não se sabe, mas em um ponto o tucano Mário
Couto tem razão. A meteórica evolução patrimonial de muitos parlamentares chega
a concorrência ao milagre da multiplicação.
Como
sempre afirmou o ucho.info, política é um negócio privado e milionário, do qual
participa uma minoria nada inocente. Ninguém, em sã consciência, investe tanto
dinheiro em uma campanha eleitoral para, se eleito, receber, em salários, muito
menos do que o valor investido. Um candidato a deputado federal no Nordeste, por
exemplo, precisa de pelo menos R$ 8 milhões para chegar à Câmara, em Brasília,
enquanto nos quatro anos de mandato receberá menos de R$ 2 milhões em
salários.
No
caso da prefeitura de São Paulo, os que disputaram com alguma chance de sucesso
o direito de comandar a maior cidade brasileira investiram pelo menos R$ 100
milhões cada.
E ninguém investe tanto dinheiro por diletantismo ou para chegar
ao poder. No caso de uma campanha presidencial, a cifra chega à estratosférica
marca de US$ 300 milhões, o que equivale a pouco mais de R$ 600 milhões.
É
verdade que no Brasil ainda existe alguns patriotas, mas não ao ponto de rasgar
dinheiro.
01 de novembro de 2012
in lilicarabina
Fonte: ucho.info
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