UMA CPI, MUITA GRANA E A PIZZA MAIS CARA DO PAÍS
Dizem que em São Paulo as pizzas são baratas porque há praticamente uma pizzaria em cada esquina. Aqui no Rio de Janeiro os preços estão caindo, mas a profusão de pizzarias ainda tem que melhorar para forçar uma maior concorrência.
Já lá em Brasília a coisa parece não andar muito bem para os apreciadores desse prato italiano delicioso. Dizem que, por lá, as pizzas são indigestas e custam mais caro do que em qualquer outra parte do país.
De repente esse disse-me-disse pode ter se originado na atuação do governo federal que busca ativamente transformar em pizza, o mais rápido possível, o resultado da CPI do Cachoeira. Depois de converter em um dos maiores fiascos políticos de Lula o apoio à convocação da CPI, o PT e a base aliada claramente firmam acordos para conduzir a CPI a um resultado digno de um pizzaiolo maquiavélico.
A coisa é tão óbvia que eles sequer tentam disfarçar a famosa regra do “toma lá, dá cá” que rege a lealdade da tal “base aliada” e, em especial, do PMDB. No mesmo dia em que foram firmados os acordos necessários para evitar a convocação dos três governadores envolvidos no caso Cachoeira – Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ) – o governo “resolveu” liberar milhões em verbas para emendas de parlamentares ligados ao PMDB e para alguns envolvidos no próprio esquema investigado pela CPI.
Fica, pois, cada vez mais cristalina a disposição de não se investigar absolutamente nada e de fazer apenas um pequeno “show de mídia”, enquanto se corre por baixo dos panos para apagar os rastros e eliminar qualquer traço que possa levar a alta cúpula dos partidos políticos e, notadamente, do PT.
O uso dos serviços do ex-ministro da justiça Thomaz Bastos, remunerados ao preço de 15 milhões de reais, a “doação” milionária feita por Carlinhos Cachoeira à campanha de Dilma e a contratação, como “consultor” pela Delta, de José Dirceu (sempre ele) nos fazem pensar nas tramas e nas armações que essa corja deve estar realizando para evitar que seu envolvimento apareça ao “grande público” e exponha a real condição de ladrões descarados dos “pais dos pobres”.
A atuação de Bastos já dispara boatos nas redes sociais de que seria bancada financeiramente pelo próprio Partido dos Trabalhadores como forma de garantir a Cachoeira à impunidade total ou, no caso de grande comoção popular, uma pequena pena repleta de regalias. Tudo isso como forma de assegurar que o bicheiro se mantenha calado e não revele as milhares de horas de conversas gravadas e arquivos de vídeo que permanecem em seu poder e provam, sem qualquer sombra de dúvida, as suas ligações com altas figuras da política nacional e do governo federal.
Seja lá como for, a grande verdade é que a CPI do Cachoeira vai custar muito caro aos cofres públicos e servirá muito pouco para esclarecer como um simples bicheiro de Goiás conseguiu se tornar um dos maiores corruptores do país, mantendo braços atuantes em praticamente todas as instituições da República.
E você leitor, o que pensa disso?
01 de novembro de 2012
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