"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 30 de dezembro de 2012

PÂNICO NO PT. CÚMPLICE DE ROSEMARY QUER SER BENEFICIAR DA DELAÇÃO PREMIADA


Paulo Vieira, ex-diretor da ANA (Agência Nacional de Águas). preso na Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e principal acusado de uma série de atos de corrupção em conluio com a então chefe de Gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa Noronha, está disposto a se beneficiar da deleção premiada, por meio de acordo com o Ministério Público Federal.

 
Abrindo o bico

Reportagem de José Ernesto Credencio, da Folha, revela que Vieira já começou a entregar antigos compangeiros. Ele enviou no último dia 20 um ofício à ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com acusações contra o atual presidente da agência. No documento, Vieira acusa o chefe da Ana, Vicente Andreu Guillo, de uma série de infrações administrativas, como o uso irregular de jatos da FAB.

No ofício, de três páginas, Vieira cita primeiro as críticas que recebeu de Guillo em sessão do Senado, no dia 6 deste mês. Guillo disse que o ex-diretor é pessoa "complexa e ambiciosa" que usou o cargo "para delinquir".

Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Vieira já havia acusado a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, de beneficiar um grupo empresarial suspeito de participar do esquema. A ministra nega.

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OUTRAS DENÚNCIAS

Segundo o repórter da Folha, no ofício à Casa Civil o ex-diretor da ANA atribui a Guillo infrações como o uso irregular de jatos da FAB para viajar a Campinas (SP), o pagamento de salários mais altos que o permitido a um assessor e o repasse de dinheiro para órgãos privados sem licitação.

Também afirma que Guillo não se desligou da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), uma empresa privada, antes de assumir a presidência da ANA. Segundo a CPFL, Guillo, que entrou na ANA em janeiro de 2010, ficou até setembro daquele ano "cedido sem vencimentos".

Em outro item do ofício, Vieira afirma que o presidente da ANA continua no conselho de uma empresa da Petrobras, a Termobahia, o que seria irregular. Mas a empresa alega que deixou o posto em 28 de maio de 2010.

Em entrevista, Guillo afirmou que Vieira o considera "seu inimigo" porque foi barrado em suas planos na ANA. "Aqui na agência ele não conseguiu os mesmos procedimentos irregulares que em outros órgãos."

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PELA IMPRENSA

O presidente da ANA Vicente Guillo afirmou que vai primeiro se defender na Controladoria-Geral da União e no ministério. "Depois, vou rebater essas acusações pessoais não a ele, mas pela imprensa."

Paulo Vieira chegou ao cargo de diretor da ANA por indicação de Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, também indiciada pelo Ministério Público sob acusação de participar do esquema.

A assessoria da ministra Gleisi não comentou as acusações contra Guillo. Informou somente que o ofício foi enviado à CGU e ao Ministério do Meio Ambiente, ao qual a ANA é ligada.

30 de dezembro de 2012
Carlos Newton

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