"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

UMA HISTÓRIA POUCO LOUVÁVEL

 

"O PT combateu ferozmente Tancredo Neves e se negou a participar da votação no Colégio Eleitoral, que era, àquela altura, o único caminho possível para evitar a eleição de um presidente ainda indicado pelo Regime Militar. Sem a união do PMDB com o grupo de dissidentes do PDS — Frente Liberal, que seria o núcleo do futuro Partido da Frente Liberal (PFL) —, Paulo Maluf teria sido eleito presidente da República.

ATENÇÃO! Não é que o PT tenha apenas de oposto oficialmente à participação no Colégio e pronto! Ele expulsou 3 de seus então 8 deputados que contrariaram a orientação e decidiram votar em Tancredo: Beth Mendes, José Eudes e Airton Soares. Isto mesmo: expulsou, botou na rua, não quis mais saber, jogo-os aos leões. Foram tachados de “traidores”.
Por quê? Porque, segundo os petistas, tudo não teria passado de uma tramóia para fazer a transição negociada. Tramóia? A emenda das Diretas tinha sido derrotada pelo Congresso.

Este é o PT. Construiu-se depredando reputações, dizendo um “não” sistemático a todas as tentativas honestas — as atrapalhadas e as boas, tanto fazia — de melhorar o Brasil que não estivessem sob o seu controle e sob o seu comando.

E vejam que coisa fabulosa: José Sarney, indicado pela Frente Liberal para ser o vice de Tancredo, acabou assumindo a Presidência.
Os petistas lhe fizeram oposição ferrenha — num momento em que, vá lá, ele estava do lado que fazia avançar a democracia.
O PT só se uniu a Sarney em 2002, quando ele estava de volta a seu nicho original, o coronelismo mais atrasado, ecoando o patrimonialismo mais primitivo.

Não foi só o Colégio Eleitoral que o PT sabotou não:

- tachou a Constituinte e a Constituição de tramóia das elites; o partido se negou a homologar o texto numa solenidade simbólica de adesão do Congresso á Carta Magna. Lula esteve entre os parlamentares constituintes mais relapsos. Dizia abertamente que aquilo não servia pra nada; que era a Casa dos 300 picaretas;



- quando Collor renunciou, e Itamar Franco assumiu a Presidência, o país chegara a uma espécie de grau zero da legalidade. O PT se negou a participar do governo porque as pesquisas indicavam que Lula era o favorito para sucedê-lo. Cumpria, pois, ficar na oposição, malhando o governo;

- o PT expulsou Luíza Erundina, que aceitou ser ministra do presidente Itamar Franco;

- o PT se opôs ferrenhamente ao Plano Real e sustentava que ele era contra os trabalhadores;

- o PT se opôs ao programa de reestruturação de bancos — para o partido, nada além de mamata para banqueiros. O Proer é a base da solidez do sistema bancário brasileiro, que resistiu muito bem à crise global;

- o PT se opôs ao programa de reestruturação dos bancos estaduais, fonte permanente de desastres para os estados;

- o PT se opôs às privatizações, que retiraram o país da taba;

- o PT se opôs às reformas constitucionais, parte delas apresentada pelo próprio partido em 2003;

- o PT recorreu ao Supremo contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que Palocci passou a considerar “inegociável ” e “intocável” só a partir de 1º de janeiro de 2003;

- hoje, o PT sabota o programa de reestruturação da educação e da saúde em São Paulo.

Peguei este trecho no blog do Reinaldo e um de seus comentaristas disse que o ideal era espalhar isto na rede. Gostei da sugestão e estou fazendo a minha parte
 
                               Espalhem sem moderação
 



28 de dezembro de 2012
Cida Fraga

in lilicarabina

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