"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de março de 2012

REVANCHISMO EM NOME DO PODER


Essa crise envolvendo o governo e os inativos das Forças Armadas deve-se fundamentalmente à uma mentira sustentada na mídia e nos meios políticos, segundo a qual se afirma que a volta do Brasil à plenitude democrática é fruto de uma vitória das forças que se opunham ao “Regime Militar”. Isso não é e nunca foi expressão da verdade.

Nessa queda de braço, não houve vencidos nem vencedores, mas tão somente uma redemocratização pacífica e conciliatória, sob a égide de uma Anistia ampla, total e irrestrita, que agora uma minoria radical tenta desrespeitar, movida pela torpeza de um revanchismo que chega às raias da bestialidade.

O único combate que existiu no decorrer daquele período de governo foi o das forças legais contra os grupos clandestinos da extrema esquerda, que, pela ação terrorista urbana ou amotinados na região do Araguaia, desafiavam as autoridades constituídas, com o fito de desestabilizá-las, tornando-as vulneráveis à ação do Movimento Comunista Internacional, que tencionava atrelar o Brasil aos ditames de Moscou.

Hoje, sob uma ótica equivocada, supondo a existência de homens derrotados na figura de militares e agentes das forças legais que os derrotaram, antigos traidores pátrios da época, encastelados no poder, conquistado em eleições viciadas e nomeações politiqueiras, imaginam ser os “reis da cocada preta” e tentam, ao arrepio da lei , vingar a derrota sofrida no tempo da Guerra Fria, pelo emprego das ferramentas do poder, como se elas fossem a “foice e martelo”, que tentaram empunhar em vão para ceifar a nossa soberania e pregar na cruz a nossa liberdade religiosa.

06 de março de 2012
Lino Tavares é jornalista

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