Dois anos para decolar ou desistir – é o prazo do PSDB. Três vezes derrotado na disputa pela presidência da República, o partido perderá asas, penas e bico caso não elabore um plano de vôo no mínimo capaz de levá-lo para o segundo turno, nas eleições de 2014. As pesquisas indicam a reeleição de Dilma, mas se os tucanos continuarem assediados por candidaturas alternativas do tipo Marina Silva, Eduardo Campos e até Joaquim Barbosa, o risco será de desaparecerem como alternativa eleitoral.
Importa, para o PSDB, sedimentar uma candidatura que no mínimo incomode os atuais donos do poder. Não parece necessário encontrar o candidato, porque ele já existe. É Aécio Neves. Resta convencer aquele grupo de pretensos e fracassados paulistas que se imaginam donos da legenda.
O ex-governador de Minas precisa adotar postura e linguagem diferenciada de José Serra, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique e outros. Nada de exaltar as privatizações ou reviver o neoliberalismo. Muito menos fazer coro com as elites interessadas em pagar menos impostos e beneficiar-se de favores e concessões oficiais. Não se trata de ocupar espaços retóricos já tomados pelos companheiros, mas de demonstrar que de Lula a Dilma, fora o assistencialismo, o PT carece de um programa efetivo de mudanças estruturais. Deveria ser esse o caminho de Aécio: um elenco de realizações de que o país necessita. Um PAC que dê certo, fora do papel.
Se for necessário buscar um exemplo no passado, aí está a lembrança de como Juscelino Kubitschek se elegeu. Nada de centralizar a campanha na crítica aos mal-feitos do governo, ainda que referi-los se torne importante. Jogar pedras no passado jamais significou estratégia eficaz. Melhor usá-las para construir o futuro.
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E SE DER CERTO?
Irritou-se o general Douglas MacArtthur quando informado de que os Estados Unidos lançariam a bomba atômica no Japão.
Estava preparando uma invasão maior do que a do Dia D, na França, e não podia admitir que um simples capitão da Força Aérea, pilotando um bombardeiro, ganhasse as homenagens pelo fim da guerra.
Um auxiliar indagou: "E se essa bomba falhar, o que acontecerá?"A resposta veio pronta: "Estou preocupado com o que acontecerá se ela não falhar…"
O episódio se conta, guardadas as proporções, a respeito do desvio das águas do rio São Francisco. Tudo indica que a obra não se completará nos próximos dez anos ou mais. No entanto, caso se complete no prazo de dois anos, como programado, qual o efeito sobre o rio já agonizante? O Brasil sem o São Francisco equivale ao Natal sem Papai Noel.
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QUANDO VOLTARÁ?
Corre uma bolsa de apostas na Esplanada dos Ministérios, com todo mundo se preparando para viajar na próxima semana, já que Dilma Rousseff também ficará fora de Brasília. A dúvida é saber quanto tempo a presidente agUenta à beira-mar, na Bahia. Seu retorno ao palácio do Planalto está previsto para o dia 7, mas tem ministro imaginando receber bem antes aquele telefonema cruel: "Você não vem trabalhar?"
28 de dezembro de 2012
Carlos Chaga
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