Reportagem de Ana D’Angelo e Cristiane Bonfanti no Correio Braziliense mostra que Marcus Pereira Aucélio, engenheiro florestal e analista de controle do Tesouro Nacional, é realmente o homem do dinheiro.
Segundo na hierarquia do Tesouro Nacional, como subsecretário de Política Fiscal, Aucélio é mais conhecido como a autoridade que de fato diz não aos pedidos de recursos de parlamentares e até de ministros para todo tipo de despesa, incluindo reajustes salariais para servidores públicos.
Tão potente quanto o poder da sua canetada é o tamanho do seu contracheque. embolsa por mês R$ 51 mil por causa do cargo, quase o dobro do teto do funcionalismo previsto na Constituição, atualmente de R$ 26.723,13.
É bem mais que os salários recebidos por ministros, que abocanham remunerações de até R$ 45,7 mil, conforme mostrou o Correio Braziliense no domingo. Os contracheques são inflados por jetons, recebidos pela participação em conselhos de estatais e de empresas privadas com capital da União.
O salário do subsecretário do Tesouro é de R$ 23,7 mil, mas ele ganha mais R$ 27,3 mil de dois conselhos — da Petrobras e da AES Eletropaulo — e do Comitê de Auditoria do Banco Regional de Brasília (BRB). Mas seus vencimentos podem chegar a R$ 70 mil num mês. Basta que ele participe de uma reunião mensal do Conselho Fiscal da Vale, do qual é suplente, caso o titular não possa comparecer.
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FORA DA LEI
Decreto presidencial determina que os representantes da União nessas companhias só podem receber por, no máximo, dois conselhos. Mas quem se preocupa com isso?
Procurado pelas repórteres, o Ministério da Fazenda se negou a informar quais entidades o subsecretário do Tesouro integra e a base legal para que ele embolse jetons de três delas. Da AES Eletropaulo, em que a União tem uma participação minoritária, o segundo homem do Tesouro ganha R$ 3,8 mil brutos por mês. Pela participação no Conselho Fiscal da petrolífera, embolsa outros R$ 7.090. O que lhe rende mais, no entanto, é o trabalho na auditoria do Banco Regional de Brasília, R$ 16.405,78 brutos.
Embora também receba um megassalário, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ganha um pouco menos que Aucélio, seu subordinado. A participação nos conselhos da BR Distribuidora e da Petrobras elevou os rendimentos de Mantega de R$ 26,7 mil para R$ 40,9 mil. O mesmo ocorreu com sua colega do Planejamento, Miriam Belchior.
Já o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, embolsa, no total, R$ 38,7 mil. Ele engorda o salário de R$ 26,7 mil de ministro em mais R$ 12 mil ao participar da administração das empresas privadas Brasilprev e Brasilcap.
Conforme já publicamos, Celso Amorim, da Defesa, é agraciado com R$ 45,7 mil, por participar do conselho da Itaipu, além da aposentadoria como embaixador, é claro. E o secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, abocanha R$ 41,1 mil brutos mensais.
Com salários nesse nível, pagos pelo povo, mais o cartão corporativo, como diz Helio Fernandes, que maravilha viver!.
11 de janeiro de 2012
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Vai que é tua, Tafarel !!!
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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