"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

BACALHAUGATE

Lula teme que ação anti-corrupção investigue aplicação de Rose em fundo de pesca norueguês

 
Exclusivo – Desdobramentos das investigações da Operação Porto Seguro investigam detalhes de uma milionária aplicação feita por Rosemary Nóvoa Noronha em três aplicações, focadas na área de pesca, feitas em carteiras do mega-fundo de investimento da Noruega.
O risco de um “Bacalhaugate” fisgando a amiga Rose e outros peixes grandes brasileiros é a mais recente preocupação de Luiz Inácio Lula da Silva. Além Noruega, a Polícia Federal também mapeia investimentos feitos por Rose em Portugal e na França.

A principal ação é mapear a origem do dinheiro aplicado por Rose, em montante ainda não revelado, para saber se tem origem legal.

A probabilidade é que resulte de recursos de empresas européias que obtiveram vantagens em negócios no Brasil. A alta propina paga em tais negociatas é conhecida pela gíria por “petit fois” (uma vez que os depósitos à margem da lei aconteceriam na França).
Tais informações ainda não foram parar no inquérito que tenta apurar como funcionava a quadrilha que usava o acesso e prestígio do poder para fazer grandes negociatas.

O investimento norueguês de Rosemary pode ser fatal para ele e seus parceiros. A Noruega tem um fundo que financia um projeto do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o próprio Brasil, para combater a lavagem de dinheiro, evasão fiscal, exploração ilegal de recursos naturais, e o fortalecimento da auditoria e controle na América Latina e no Caribe. Desde 2007, Noruegueses já aplicaram NOK 30 milhões (aproximadamente R$ 11 milhões), e prometem mais NOK 14 milhões (aproximadamente R$ 5 milhões) na ação anti-corrupção.

O negócio norueguês de Rose é tão promissor que os herdeiros da família de um grande banco brasileiro também têm presença em investimento idêntico. A diferença é que os “banqueiros” têm dinheiro legal suficiente para encarar e faturar com as aplicações de retorno garantido.

Este pode não ser o caso da amiga do ex-Presidente Lula da Silva, que tinha plenos poderes no escritório montado na Presidência da República em São Paulo e que acabou indiciada por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência e corrupção ativa.

A vantagem de aplicar dinheiro na Noruega é enorme. Até porque o negócio (legalmente falando) tem repercussão positiva e visível na economia brasileira. Entre os maiores do mundo, o Fundo de Pensão Global do Governo da Noruega, ou o fundo norueguês de petróleo, participa de mega-negócios no Brasil. Só em 2011, aplicou US$ 5,5 bilhões no País, em participações acionárias em empresas, renda fixa e bens imóveis. O famoso fundo norueguês é uma ferramenta de política fiscal de apoio à gestão de longo prazo para as receitas do petróleo da Noruega. O capital é investido no exterior, para evitar o superaquecimento da economia norueguesa, protegendo-a dos efeitos decorrentes da flutuação do preço do petróleo.

Os noruegueses costumam ser rigorosos na fiscalização das aplicações do Norwegian Government Pension Fund Global, que é monitorado por seu Banco Central e gerido pela Administração de Investimentos do Banco da Noruega – o Norges Bank Investment Management (NBIM), presidido por Yngve Slyngstad.


Não por coincidência, os noruegueses foram um dos mais intensos participantes da Conferência Internacional Anticorrupção, realizada em Brasilia, no início de novembro. Durante o evento, o vice-ministro Arvinn Gadgil assinou o novo acordo com o BID no Brasil para colaborar no combate à corrupção.

18 de janeiro de 2013
Jorge Serrão
alerta total

 

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