"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

COMPLEXA REFLEXÃO SOBRE A POLÍTICA INTERNACIONAL

 

Mali, Argélia, em ebulição. Iraque, destruído. Líbia entregue a quadrilhas tribais. Siria levada a uma guerra civil que pode esquartejar o país até então, a despeito de ressalvas, considerado o mais organizado e progressista governo laico da região. O círculo se fecha levando a uma complexa reflexão.


Mali invadido pela França

Sim, porque a França do socialdemocrata François Hollande interveio militarmente, de forma solitária, no Mali, para derrotar rebeldes jihadistas, cujos parceiros são apoiados pela mesma França na invasão mercenária da Síria. E reconhecidos como o governo “legítimo”.

Vale lembrar que, há duas décadas, um ilusionista do Pentágono anunciava o “fim da história” com a autodecomposição da União Soviética. Que a paz se instalaria a partir da afirmação do regime capitalista como alternativa única para a humanidade. Bin Laden era então herói desse processo. Havia sido preparado, e intensamente ajudado pela CIA, para enfrentar o exército soviético que tentava resgatar um governo comunista em queda livre no Afeganistão.

Pois bem; o escorpião jihadista que o imperlalismo carregou nas costas para liquidar os movimentos revolucionários marxistas, no Oriente Médio, agora se vira contra o criador. Valeria o dito do “quem pariu mateus…” não fosse a imensa quantidade de civis inocentes assassinados por essas intervenções neocoloniais.

O presente da hegemonia absoluta das potências capitalistas, longe de consolidar a paz de cemitérios, abre espaço para imensas dúvidas sobre o futuro do planeta. Que um outro mundo possível se imponha à barbárie crescentemente imposta pelo grande capital predador, na busca do lucro incessante com a indústria da guerra

(artigo enviado por MárioAssis)

23 de janeiro de 2013
Milton Temer

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