Pois é… Lula ocupa de tal modo a cena política, e com tanta sofreguidão, que os petistas se veem obrigados a fazer certos avisos. Leiam o que informa Marina Timóteo, no Globo. Volto depois:
O diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, negou nesta segunda-feira boatos de uma suposta volta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cenário eleitoral, já que o petista percorrerá, em breve, o Brasil em caravanas.
Mais tarde, o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, acrescentou que Lula não será candidato a governador de São Paulo e nem a presidente em 2014, mas não descartou uma eventual candidatura de Lula em 2018. “Se houver acirramento das contradições ou uma crise nacional”, disse Vanucchi, amigo pessoal de Lula e um dos diretores do Instituto Lula.
Lula participa da reunião com intelectuais e autoridades latino-americanas em um hotel na Zona Sul de São Paulo. Sobre a oposição, Vannuchi disse ainda que Aécio Neves (PSDB) não é candidato presidencial para valer em 2014. “Vocês jornalistas sabem, ele é candidato para 2018. Agora toda a construção é para ele virar figura de proa, disputar para perder evidentemente e contar como uma evolução, já que a Dilma não será mais candidata por razões constitucionais”.
Segundo Vanucchi, Lula disse estar “aprendendo a ser ex-presidente”, e, que por enquanto, descarta concorrer a qualquer cargo público. E que proibiu qualquer pessoa da equipe de cogitar seu nome para disputar as eleições para governador em 2014. “Ele me disse que não quer, que não faz parte do plano dele.
O Lula quer ser isso que ele é agora, se reunindo com lideranças latinas, com povo, empresários, sindicalistas, bancadas, sociedade civil. Ele quer criar novas lideranças. Ser uma liderança política livre”.
O ex-ministro justificou desta maneira o fato de Lula estar trabalhando para não ser mais candidato, nem ao governo de São Paulo e nem a presidente. “Mas não digo que não será em hipótese alguma em 2018, porque se houver acirramento das contradições, uma crise nacional e depois (Lula) despontar como um polo de consenso para reaglutinar o país ou um conjunto grande de força política, aí ele se dispõe, como se dispôs em 1998, mesmo absolutamente convencido que não deveria”, disse, em referência à reeleição praticamente certa de Fernando Henrique Cardoso.
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Voltei
Bem… Até os petistas admitem que o comportamento de Lula dá margem a especulações sobre quem será o candidato do PT à Presidência em 2014. Mais do que isso: pelas palavras de Vanucchi, Lula ainda não sabe ser “ex-presidente”… Que cabeça dura! O Apedeuta, com efeito, parece ter uma dificuldade imensa para aprender coisas novas. Só sabe ser chefe…
O mais espantoso nessa história é estarem debatendo já a sucessão de… 2018! Apelando ao vocabulário leninista, Vanucchi diz que Lula disputará, sim, a sucessão de Dilma daqui a seis (!!!) anos se houver um “acirramento das contradições”…. Huuummm… Entre quem e quem? Que forças estariam do outro lado do petismo?
Não serão os banqueiros, que nunca viram motivo para isso. Não serão os potentados da indústria financiados pelo BNDES, que nunca viram motivo para isso. Não serão os reacionários das elites tradicionais à moda Sarney e companhia, que nunca viram motivo para isso. Só me resta concluir que Vanucchi imagina o popularíssimo Lula disputando a eleição em 2018 ou contra… o povo.
Estupefaciente!
PS – O PT vendeu, e boa parte da imprensa comprou, a pauta da “renovação”, lembram-se? Ignorava-se que o partido “da renovação” era aquele que teve um mesmo candidato à Presidência em cinco disputas seguidas… Não tem jeito: quando o jornalismo quer escrever besteira, é imbatível. Vejam aí… Como Lula tem dificuldade de ser “ex”, já se fala nele para 2018. Dilma, a malvada e ingrata, não quis abrir mão da prerrogativa.
21 de janeiro de 2013
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