Enquanto Guido Mantega, ministro da Fazenda, em processo de fritura pelo PT, liga para pefeitos e governadores para impedir aumento de passagens de ônibus e jogar a inflação para debaixo do tapete, figuras calmas do Governo, como o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, saem do sério diante dos movimentos da oposição e das críticas à política econômica. É a campanha eleitoral para 2014 nas ruas, mal 2013 começa.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Bernardo partiu para o ataque contra a oposição e disse que o tucano Aécio Neves torce pelo "apagão" no fornecimento de energia e pelo "pibinho" -baixo crescimento da economia. Em férias, o ministro disparou uma série de críticas contra o senador do PSDB -um dos principais nomes cotados para disputar a Presidência contra Dilma Rousseff em 2014. "Não dá para ele e a oposição ficarem torcendo a favor do 'pibinho' e do apagão. Frente do contra é frente fria", afirmou Bernardo. "Há vários banqueiros na equipe dele, é o partido do juro alto. Ele reúne a velha guarda de economistas com uma receita velha: imposto alto, juros altos e corte de gasto, com os programas sociais indo para o vinagre."
As declarações vêm em meio a críticas à administração de Dilma devido, entre outras coisas, ao crescimento baixo da economia em 2012. Ocorrem, ainda, após reuniões de Aécio com nomes de peso da gestão Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), como Pedro Malan (ex-ministro da Fazenda), Armínio Fraga (Banco Central) e Edmar Bacha, um dos inventores do Plano Real. Com eles, o senador tem alinhavado discurso contra a gestão Dilma na economia.
"Esse programa do Estado mínimo do Aécio deixaria a [ex-primeira-ministra britânica] Margaret Thatcher com inveja", ironizou o ministro, em referência ao ícone da doutrina neoliberal. Ele afirmou que, se Marina Silva conseguir montar um partido, será ela, e não o tucano, o principal nome da oposição na disputa de 2014.
Aécio, como sempre, encontra-se em lugar incetrto e não sabido, não foi encontrado para comentar as declarações. Rodrigo de Castro, secretário-geral do PSDB, afirmou que "surpreende que uma simples reunião com economistas possa ter causado tanto incômodo" e que em um momento difícil da economia "um ministro das Comunicações tenha tempo para tratar de uma reunião do senador Aécio". Castro afirmou que foi desse time que saíram "os avanços nos quais o PT vem surfando há dez anos".
17 de janeiro de 2013
in coroneLeaks
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