Bombardeado por propagandas surreais, o cidadão não entende para que
serve um helicóptero de última geração ou a logomarca do plano de saúde
estampada na camisa de um time de futebol, se a espera por um simples
atendimento excede os limites toleráveis. Isso sem falar nos reajustes indevidos
de preço e negativas de cobertura.
Não é à toa que nos últimos onze anos os planos de saúde são os campeões de reclamações, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor.
Já no setor público, o plantão que mais vem internando pacientes é o plantão judiciário. De que serve alardear que o governo tal inaugurou clínicas da família, novos hospitais ou UPAs se, quando sua filha necessita de atendimento numa dessas instalações, não há profissionais para atendê-la?
INDISFARÇÁVEL CRISE
Em meio a uma indisfarçável crise — no público e no privado — nossos gestores preferem eximir-se de suas responsabilidades, transferindo-as para “supostos” delinquentes ou vagabundos. Se existem culpados pelo caos da Saúde, são exatamente aqueles que oferecem soluções mágicas, através de propagandas enganosas.
Os mesmos que desmoralizam os concursos públicos, propondo salários irrisórios para seus servidores, enquanto optam por pagar quatro vezes mais aos terceirizados, desestruturando o sistema.
Profissionais de saúde e estudiosos da área têm apresentando várias propostas, mas elas não agradam aos governos das soluções maqueteiras. Quando a Saúde é mal administrada a consequência é o desperdício de vidas.
HÁ CURA
É preciso realizar concursos públicos com a mesma remuneração paga pelos intermediários da iniciativa privada. Colocar profissionais com formação em administração pública nos cargos de comando, sem apadrinhamento político.
Instituir um plano de cargos e salários para que servidores tenham condição de ascensão através de sua capacitação e tempo de serviço. Com a valorização profissional, torna-se mais fácil cobrar metas e reduzir a rotatividade.
A saúde suplementar vendeu planos para 48 milhões de brasileiros, faturando R$ 90 bilhões/ano. Enquanto isso, o SUS tem sob sua responsabilidade 152 milhões de brasileiros, com uma receita de R$ 88 bilhões para 2013.
O subfinanciamento do SUS fica mais claro quando sabemos que a negativa de cobertura dos planos empurra para a rede pública 73% dos atendimentos de alta complexidade.
Há cura, mas, para nivelarmos a Saúde por cima, as autoridades têm que decidir se estamos falando de um bem público ou um bem de consumo, ao alcance apenas de quem tem dinheiro para pagar, cada vez mais, sem garantias.
Artigo enviado por Mário Assis.
Não é à toa que nos últimos onze anos os planos de saúde são os campeões de reclamações, segundo o Instituto de Defesa do Consumidor.
Já no setor público, o plantão que mais vem internando pacientes é o plantão judiciário. De que serve alardear que o governo tal inaugurou clínicas da família, novos hospitais ou UPAs se, quando sua filha necessita de atendimento numa dessas instalações, não há profissionais para atendê-la?
INDISFARÇÁVEL CRISE
Em meio a uma indisfarçável crise — no público e no privado — nossos gestores preferem eximir-se de suas responsabilidades, transferindo-as para “supostos” delinquentes ou vagabundos. Se existem culpados pelo caos da Saúde, são exatamente aqueles que oferecem soluções mágicas, através de propagandas enganosas.
Os mesmos que desmoralizam os concursos públicos, propondo salários irrisórios para seus servidores, enquanto optam por pagar quatro vezes mais aos terceirizados, desestruturando o sistema.
Profissionais de saúde e estudiosos da área têm apresentando várias propostas, mas elas não agradam aos governos das soluções maqueteiras. Quando a Saúde é mal administrada a consequência é o desperdício de vidas.
HÁ CURA
É preciso realizar concursos públicos com a mesma remuneração paga pelos intermediários da iniciativa privada. Colocar profissionais com formação em administração pública nos cargos de comando, sem apadrinhamento político.
Instituir um plano de cargos e salários para que servidores tenham condição de ascensão através de sua capacitação e tempo de serviço. Com a valorização profissional, torna-se mais fácil cobrar metas e reduzir a rotatividade.
A saúde suplementar vendeu planos para 48 milhões de brasileiros, faturando R$ 90 bilhões/ano. Enquanto isso, o SUS tem sob sua responsabilidade 152 milhões de brasileiros, com uma receita de R$ 88 bilhões para 2013.
O subfinanciamento do SUS fica mais claro quando sabemos que a negativa de cobertura dos planos empurra para a rede pública 73% dos atendimentos de alta complexidade.
Há cura, mas, para nivelarmos a Saúde por cima, as autoridades têm que decidir se estamos falando de um bem público ou um bem de consumo, ao alcance apenas de quem tem dinheiro para pagar, cada vez mais, sem garantias.
Artigo enviado por Mário Assis.
17 de janeiro de 2013
Paulo Pinheiro é médico e vereador (PSOL) no Rio
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