A investigação paralela para salvar Rosemary Noronha. Secretaria-Geral da Presidência da República tentou sabotar a sindicância da Casa Civil que investigou a ex-secretária e amiga de Lula, uma operação considerada mal-intencionada pelo próprio governo
GOVERNO x GOVERNO - Comandada pelo ministro Gilberto Carvalho, a Secretaria-Geral da Presidência tentou retirar da Casa Civil a investigação sobre as atividades ilícitas de Rosemary, a ex-chefe do gabinete presidencial em São Paulo. (Fernando Cavalcanti)
Coordenada pela Casa Civil, a apuração desvendou como a ex-funcionária usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para se locupletar do poder. Ao fim de dois meses de trabalho, os técnicos reuniram provas que resultaram na abertura de um processo disciplinar contra ela por enriquecimento ilícito.
A investigação chamou atenção pela celeridade, profundidade e contundência com que se esmiuçaram os malfeitos da ex-chefe de gabinete - um ponto fora da curva na tradição petista de poupar os companheiros pilhados em falcatruas.
O desfecho, porém, não deveria ter sido esse. Desde o primeiro dia de investigações, forças poderosas dentro do próprio governo atuaram para impedir a sindicância de chegar ao fim.
Essas forças tentaram, felizmente em vão, evitar que a sindicância terminasse da maneira como terminou.
VEJA teve acesso a um documento que mostra como a Secretaria-Geral da Presidência da República montou um processo paralelo com a falsa intenção de “acompanhar e orientar” a apuração da Casa Civil - mas que não passava de um ardiloso instrumento de sabotagem do trabalho de investigação.
04 de maio de 2013
Robson Bonin - Veja
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