Um programa de moralização política no Brasil deveria começar com uma redução geral de todos os impostos.
Os parasitas que controlam o aparelho estatal não têm quaisquer limites. Dinheiro na mão do governo é vendaval. Se houver uma redução da receita pública haverá, também, redução da margem de corrupção.
Ao contrário do que possa parecer, os serviços não piorarão. Até pela singela razão de que pior do que isso que está aí não é possível ficar.
Redução tributária deveria compreender todos os tipos de impostos, de contribuições, de taxas, de emolumentos ou que nome fantasia tenha. O caso do imposto sindical é paradigmático.
A pelegada vive nababescamente com o recolhimento compulsório de um dia de nossos salários: uma babilônia de dinheiro.
O peleguismo patronal também não deve ser esquecido. Aliás, vale relembrar que o ponto de convergência do finado José Alencar com Lula da Silva era a prática, comum aos dois, de saquear receita dos sindicatos.
A sustentação da campanha de José Alencar ao governo de Minas Gerais, em 1994 (vencida por Hélio Garcia), se deu com a grana do sistema Federação das Indústrias-SESI-SENAI-IEL. Foram milhões gastos em propaganda visando a promoção pessoal do empresário chapa-branca que pretendia virar governador.
Em 1998 já foi outra história: saiu cabalando tudo quanto é liderança do interior mineiro (pequena, média ou grande) numa volúpia tal que o próprio Hélio Garcia, e a então senadora Júnia Marise, desistiram da disputa senatorial em face da cornucópia inesgotável do pretendente. José Alencar concorreu praticamente sozinho. Mas este é assunto para outro comentário.
Voltemos aos pelegos trabalhistas. Suas atividades partidárias são financiadas com a grana dos sindicatos. Dinheiro público, portanto. É ali que eles aprendem a furtar, onde desenvolvem a tecnologia que, posteriormente, vão aplicar nos governos que conquistam.
Não por acaso, o governo Lula vetou a obrigatoriedade de prestação de contas dessa gente, bem como a fiscalização dos gastos por parte dos tribunais de contas. É situação única na institucionalidade brasileira. Milhões e milhões entregues aos pelegos que, no entanto, estão dispensados de mostrar onde os aplicaram.
Nem precisa dizer que tais fundos servirão para sustentar as eleições de parlamentares, prefeitos, governadores e presidentes da república. Claro, igualmente não é preciso demonstrar que o PT e o PCdoB são os maiores profissionais neste saqueio. A gang da Força Sindical opera de maneira mais próxima da pirataria que do corso, típico da quadrilha da CUT.
Pegue a relação dos corruptos mais notórios; se não todos, a maioria, vieram eles do movimento sindical. O professor Delúbio simboliza os demais. O costume está tão entranhado neles que acham normal, absolutamente inquestionável, que possam fazer o que fazem.
A pilhéria do Delúbio ─ “o mensalão, no futuro, será piada de salão” ─ foi dita na mais absoluta sinceridade e boa fé da parte dele. Seria uma simples desapropriação em prol da luta política feita, sempre, na defesa dos interesses da categoria. É por essa razão que eles não largam o osso sindical.
É um aparelho valioso e rendoso, um grande negócio que se deve preservar, pensam eles.
Disputas pelo controle do cofre podem acarretar a morte. Inumeráveis histórias de crimes contra a vida em alguns sindicatos são conhecidas por todos. Se as oposições pretendem, de fato, enfiar o dedo na ferida, uma das medidas moralizadoras na reforma política é acabar com o privilégio, que os sindicatos e centrais sindicais possuem, de não prestar contas do dinheiro recebido aos tribunais de contas.
Consulte a Advocacia Geral da União: qualquer entidade que receba um níquel dos cofres públicos é obrigada a prestar contas sobre sua aplicação.
Se o volume do recurso público for superior a 50% da receita da entidade, ela é obrigada a se explicar até da parte oriunda de fontes próprias.
Mas os sindicatos, não. Estão liberados para suas farras (dona Rose e Lula da Silva, aliás, se conheceram em alguma delas), de toda natureza.
Dê uma espiada no histórico de patifarias do sindicato dos bancários de São Paulo. Este é o modelo de atuação da turma. Daí saíram Gushiken, Berzoini e outros mais. O companheiro Mercadante, em época que estava sem mandato, foi “assessor” dessa turma de velhacos.
Eles se protegem e saqueiam juntos. Com o dinheiro do imposto sindical, claro.
27 de junho de 2013
ANTONIO VIEIRA
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