Dois anos e meio depois da sua posse, Dilma Rousseff ainda governa o Brasil como se fosse ministra da Casa Civil. Gasta mais tempo com os detalhes da administração do que com os rumos do país. Privilegia a tecnocracia em detrimento da articulação política. E, em vez de estimular a criatividade, usa broncas como método de trabalho.
Dilma não é uma presidente formuladora, como foi FHC. Tampouco tem a intuição e a sensibilidade de Lula ou mesmo a sua capacidade de enfrentar situações difíceis, inclusive na economia, na base do gogó.
A presidente também tem grande dificuldade para escolher auxiliares. FHC tinha Malan, Serra, Armínio Fraga e Pedro Parente. Lula tinha Dirceu, Palocci, Thomaz Bastos, Henrique Meirelles e a própria Dilma.
Pode-se gostar ou não de cada um deles, mas é inegável que compunham núcleos consistentes e capacitados de governo. Não é à toa que FHC e Lula tornaram-se dois dos mais importantes presidentes da história do Brasil. Dilma trabalha praticamente sozinha.
TURBULÊNCIAS…
Reportagem publicada pela Folha na semana passada é simbólica sobre o jeito Dilma de governar. Por não tolerar turbulências em seus deslocamentos aéreos, a presidente verifica pessoalmente o plano de voo do avião presidencial, aprendeu a ler os dados do painel da cabine do piloto e até modifica as rotas oficiais.
A presidente-gerente, como seus aliados costumam dizer, de fato toca o governo como quem supervisiona o embarque de um avião. Auxilia os passageiros, agiliza as filas, arruma a gola do piloto, reclama do penteado das aeromoças, observa se as malas estão devidamente etiquetadas e manda limpar de novo o banheiro dos aviões.
Se o país estivesse voando em céu de brigadeiro, seu estilo centralizador, detalhista e reclamão seria apenas folclórico. Em tempos de crescimento econômico baixo e de inflação batendo novamente à porta, é motivo para preocupação.
08 de junho de 2013
Rogério Gentile
(transcrito da Folha)
Dilma não é uma presidente formuladora, como foi FHC. Tampouco tem a intuição e a sensibilidade de Lula ou mesmo a sua capacidade de enfrentar situações difíceis, inclusive na economia, na base do gogó.
A presidente também tem grande dificuldade para escolher auxiliares. FHC tinha Malan, Serra, Armínio Fraga e Pedro Parente. Lula tinha Dirceu, Palocci, Thomaz Bastos, Henrique Meirelles e a própria Dilma.
Pode-se gostar ou não de cada um deles, mas é inegável que compunham núcleos consistentes e capacitados de governo. Não é à toa que FHC e Lula tornaram-se dois dos mais importantes presidentes da história do Brasil. Dilma trabalha praticamente sozinha.
TURBULÊNCIAS…
Reportagem publicada pela Folha na semana passada é simbólica sobre o jeito Dilma de governar. Por não tolerar turbulências em seus deslocamentos aéreos, a presidente verifica pessoalmente o plano de voo do avião presidencial, aprendeu a ler os dados do painel da cabine do piloto e até modifica as rotas oficiais.
A presidente-gerente, como seus aliados costumam dizer, de fato toca o governo como quem supervisiona o embarque de um avião. Auxilia os passageiros, agiliza as filas, arruma a gola do piloto, reclama do penteado das aeromoças, observa se as malas estão devidamente etiquetadas e manda limpar de novo o banheiro dos aviões.
Se o país estivesse voando em céu de brigadeiro, seu estilo centralizador, detalhista e reclamão seria apenas folclórico. Em tempos de crescimento econômico baixo e de inflação batendo novamente à porta, é motivo para preocupação.
08 de junho de 2013
Rogério Gentile
(transcrito da Folha)
Nenhum comentário:
Postar um comentário