CUT tentará preservar Dilma nos protestos
Em reunião com representantes de oito centrais sindicais envolvidas no "Dia Nacional de Luta", o presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que houve um acordo para não transformar os atos em um movimento "Fora, Dilma" ou "Fica, Dilma".
"Não é esse o objetivo do protesto. Ninguém pode impedir que militantes se manifestem. Mas existe uma pauta unificada, e o objetivo dela é que o governo atenda a reivindicação dos trabalhadores", disse o sindicalista.
Em um vídeo postado no site da central feito para convocar os trabalhadores para as manifestações, Freitas aparece em frente a um painel, usado na campanha à reeleição da presidente, em que aparece encobrindo a foto de Dilma. No cartaz, o ex-presidente Lula aparece ao fundo, à esquerda da tela, enquanto o presidente da CUT tapa a imagem da presidente, à direita do painel.
"Não dá para ir para a rua sem falar em inflação, na perda do poder aquisitivo, que ocorre no governo Dilma. Existe sim uma pauta unificada, com pontos como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada. Mas o PT e a CUT querem enfiar goela abaixo essa história de plebiscito, que já foi até enterrado aqui na Câmara", disse o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que preside a Força Sindical.
"Já que não dá para pedir a cabeça da Dilma, exigimos que, no mínimo, ela mande embora o Mantega [Guido Mantega, ministro da Fazenda]", disse Paulinho.
Para a CSP-Conlutas, central que agrupa sindicatos ligados ao PSTU e ao PSOL, as manifestações não serão feitas para "blindar" o governo.
"O PT pode dizer o que pensa, o PSTU pode dizer o que pensa. E quem estiver na manifestação vai julgar, aplaudindo ou vaiando quem defende o governo. O fato é que o que o PT quer transformar o ato em um pedido de plebiscito ou mudar o foco para a reforma política, não reflete o que os trabalhadores querem", disse José Maria de Almeida, da CSP-Conlutas e presidente do PSTU.
As duas centrais, que se opõem ao governo, já defendem uma greve geral no país em agosto se Dilma não atender as reivindicações. Freitas reagiu: "Greve geral para fazer ruptura com um governo eleito pelo povo, em um país em que o Congresso funciona, em que não há ditadura".
Ricardo Patah, presidente da UGT, defende uma mudança no "eixo" dos protestos: "Não dá para usar os protestos como um instrumento dos partidos. As centrais é que têm de usar os partidos a serviço do trabalhador".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
11 de julho de 2013
CLAUDIA ROLLI - FOLHA DE SÃO PAULO
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