Reaça é corruptela para reacionário; em síntese, o sujeito que não concorda com a mudança das coisas – por meio ou não de “revoluções”. O reaça, portanto, pretende “deixar tudo como está” e REAGEM em face daqueles que “são contra tudo que está aí”.
Não tem nada a ver com direita, esquerda, socialismo ou capitalismo. Nem com este ou aquele partido. Reacionários querem deixar tudo assim, revolucionários querem mudar. São denominações redutoras, mas no Brasil não há mesmo muita sofisticação ideológica (tanto menos partidária) – mas os que geralmente usam o termo, como se sabe, não são dados a muita sofisticação teórica (e esses conceitos nível rudimentar de raciocínio).
Vejam, por exemplo, as atuais marchas contra a corrupção. Ao mesmo tempo em que revelam um pessoal a fim de mudar, também mostram, colateralmente, todos os partidários da manutenção das coisas. Não que sejam (todos) “a favor da corrupção”, mas também não aceitam questionamentos ao atual governo. É isso.
Há várias teses circulando na praça, e acho mais eficientes as jocosas, afinal, sempre dá certo descredenciar as coisas pelo humor. O problema é quando esses neo-reaças se levam MUITO a sério e começam a teorizar de verdade. Saia de baixo, amigo!
Um disse que isso não faz sentido, pois lutar contra a corrupção é uma demanda óbvia. Entenderam? Nem eu. Afinal, faz TODO O SENTIDO DO MUNDO num cenário em que corruptos e corruptores aprontam das suas e nada acontece. E dizer que “sempre foi assim” só acentua a idiotice do reaça dos novos tempos.
Alguns partem para aqueles moinhos de vento ideológicos, alegando que tais marchas são coisa da “grande mídia”, das “oligarquias” etc. Por não ser piada proposital, perde pontos na hora de convencer o interlocutor minimamente acostumado com a lógica, e o efeito humorístico se dá de forma indireta.
Ah, sim! Quase esqueço dos que questionam a SITUAÇÃO FINANCEIRA de quem sai para protestar. Pelas fotos que vi, não identifiquei ninguém que tenha recebido mais repasses federais que a UNE, por exemplo. Até 2009, os reaças da escolinha levaram quase R$ 5 milhões do governo federal; não são pobres, portanto.
Isso vale também para centrais sindicais e até mesmo blogueiros progressistas ligados ao governo. A reaçagem atual os autoriza – como a UNE – a falar em nome dos mais fracos, mas a verdade é que alguns já receberam seus milhões recebidos da administração federal.
Aí entra o raciocínio safado (nem todos são burros, existe a turma da má-fé): como não tem sindicatos, UNE ou progressistas-de-carteirinha (governamental), então os protestos são “de gente rica”. É mole?
Com oito anos já completos e a perspectiva de mais quatro no poder, não faz sentido que PT e petistas ainda façam papel de coitadinhos, pois não são. E, sim, há corrupção no Governo Federal, as marchas ou passeatas ou atos ou manifestações são todas contra isso.
Dê cá um abraço, meu amigo!
Você é a favor do governo ou contra-quem-é-contra? Então você é reaça, lide com isso. E capriche nas piadas, claro. É o que mais dá certo. Evidentemente, não cai bem quando tiram sarro de nariz de palhaço (eu também acho cafona), mas aplaudem ou ao menos endossam o camarada que ficou famoso por sair com mais 3 pessoas e um megafone pra falar contra a ~mídia má~.
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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