E-mail anônimo liga assessor de Cabral a falso cônsul detido com Nem
A prisão do Nem não me convenceu desde a primeira hora. Muito estranha e confusa, parecendo que havia algo acertado de um lado e desacertado do outro. Dá a impressão que Cabral e Beltrame esqueceram de avisar a alguém que estava “tudo no esquema”.
Agora, com o vazamento desse e-mail, a coisa começa a tomar forma.
Do Alerta Total:
Alguém da inteligência das Forças Armadas, da PMRJ ou da Polícia Federal vazou, na Internet, um e-mail que faz a prisão do traficante Nem cheirar muito mal para o governador Sérgio Cabral.
A mensagem anônima denuncia uma proximidade entre o assessor especial do governador fluminense, Jovenal da Silva Alcântara, e “dois advogados muito influentes e poderosos” detidos junto com o famoso narcovarejista da Rocinha que a propaganda oficial promete ser pacificada pela milagrosa UPP (Unidade Padrão de Policiamento).
O e-mail também ironiza a proposta feita pelo secretário de segurança pública José Mariano Beltrame de reduzir a pena de Nem, como uma delação premiada, em troca de informações que colaborem para desbaratar o milionário narcotráfico no Rio de Janeiro. O texto também chama a atenção para a prisão de Nem, quando um delegado da Polícia Civil “aparece do nada” e tenta ficar com a ocorrência, só não conseguindo porque PM honestos do BOPE furaram o pneu do veículo onde o traficante se escondia na mala. O delegado foi convocado ao local da ocorrência pelos advogados também detidos: André Luiz Soares Cruz e Demóstenes Armando Dantas Cruz. A Polícia Federal chegou a tempo e atrapalhou qualquer negociação.
O e-mail ironiza a versão sobre a prisão do traficante. Nem ia fingir que estava sendo preso, quando na verdade estaria se entregando para evitar supostas retaliações: “Essa rendição do Nem era tão secreta, mas tão secreta, que ninguém sabia, nem a Polícia Militar e nem a Polícia Federal, aliás era tão secreta, mas tão secreta, que nem o próprio Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame sabia, mas Beltrame depois de alertado pela cúpula da Polícia Civil mudou de idéia, e passou a dizer que sabia, e aí? Só um detalhe, o traficante Nem disse várias vezes a Polícia Federal que NUNCA negociou a sua rendição, e que estava fugindo”.
Algo de podre no ar...
A mensagem vazada na Internet faz alguns questionamentos objetivos e subjetivos:
- O que há escondido por trás da prisão do traficante Nem? Quem são as pessoas, os verdadeiros "tubarões", que protegiam o bandido?
- Como não fica presa uma pessoa, no caso o advogado André Luiz Soares Cruz, se passa por Cônsul honorário do Congo, comete crime de corrupção ativa (pena de 2 a 12 anos de cadeia) tentando subornar policiais militares com até R$ 1 milhão para ajudar um traficante a fugir, isso sem considerar a possibilidade do crime de associação ao tráfico?
- Quem realmente é esse advogado, Dr. André Luiz Soares Cruz, e quem são seus amigos?
- Fica a dúvida no ar: o que há por trás da prisão do Nem?
Por Ricardo Froes
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
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"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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