"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

BRIZOLA NETO x LUPI

Brizola Neto investe contra Lupi e diz que ele não devia ter voltado à presidência do PDT

Estava demorando. Mas enfim o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), durante reunião do diretório nacional do PDT na segunda-feira, tomou posição e disse que o presidente do partido, Carlos Lupi, não deveria ter voltado ao cargo sem antes prestar esclarecimentos sobre sua demissão do Ministério do Trabalho.

O herdeiro do brizolismo justificou sua posição, dizendo que muitas denúncias contra Lupi foram esclarecidas, “mas algumas não”.
Segundo a repórter Simone Iglesias, da Folha, Brizola Neto afirmou que há uma “divergência grande” quanto ao retorno de Lupi e não apenas pequenas dissidências em alguns estados.

“Há um grupo que acha que nada aconteceu, que não é preciso discutir nada, e outro grupo grande que acha que o partido está vivendo uma grande crise”, disse o deputado, acrescentando:

“Sua volta tinha que ter passado por uma discussão do diretório por toda a circunstância política que envolveu o fim da licença [da presidência do PDT]. O partido deveria ser ouvido, seu retorno não poderia se dar por uma decisão pessoal”, disse Brizola Neto.

Como se sabe, Lupi foi demitido pela presidente Dilma Rousseff no ano passado por suspeita irregular de repasses de recursos do Ministério do Trabalho.

O vice-presidente do partido, André Figueiredo, que é do grupo de Lupi, tentou minimizar o espisódio, negando que haja dissidência.

“Temos um pequeno grupo que questiona as ações do Lupi, quando na verdade este direito é para ser efetivado numa convenção partidária. A convenção aconteceu em 2011, não houve chapa contrária a Lupi”, disse, com a maior desfaçatez, sem mencionar que essa convenção aconteceu antes das acusações contra o então ministro.

Como se vê, Lupi não está sozinho e vai dar trabalho à ala que tenta afastá-lo do partido. Pode até ser que nunca consigam, e Lupi permaneça ad eternum, como ocorre com o deputado José Luiz Penna na presidência do PV. Pena foi flagrado em múltiplos atos de corrupção pelo TSE, mas contratou o escritório de advocacia do filho de Nelson Jobim, repôs parte dos recursos desviados, e tudo ficou por isso mesmo.

Marina Silva tentou derrubar Penna no ano passado, mas seus 18 milhões de votos de nada valeram e ela teve de sair do PV, vejam que no Brasil os corruptos são verdadeiramente indestrutíveis.

Carlos Newton
31 de janeiro de 2012

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