"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 28 de março de 2012

ANTISSEMITISMO É REFORÇADO PELA MÍDIA, AFIRMA O PROFESSOR ROBERT WISTRICH, UMA DAS MAIORES AUTORIDADES DO MUNDO NO ASSUNTO

ENTREVISTA
Professor Robert Wistrich

Os jornais estão tão enfadonhos que no post imediatamente abaixo faço notar aos leitores que tem diminuído aqui no blog links referentes a publicações da grande imprensa. Todavia, o blog do sempre atento Reinaldo Azevedo salvou-me de passar batido. A Folha, surpreendemente, publicou uma entrevista com o professor Robert Wistrich, chefe do Centro Internacional de Estudos do Antissemitismo, da Universidade de Jerusalém, e um dos maiores estudiosos do mundo no assunto.

Surpresas à parte, o fato é que a entrevista está na Folha de S. Paulo de ontem, terça-feira e foi concedida ao jornalista Marcelo Ninio, em Jerusalém.

Quem acompanha este blog sabe que a questão do antissemitismo costumo abordar a todo o momento. Faço minhas análises essencialmente a partir da observação dos fatos concretos e da análise diária da mídia nacional e internacional. Me ajuda a experiência de 40 anos de jornalismo e, evidentemente, um pouco de estudo sobre o tema, ainda que não de forma sistemática.

Ao ler a entrevista do eminente expert no assunto, o professor Robert Wistrich, tenho a agradável surpresa de constatar que várias de suas análises, sobretudo referente ao comportamento da mídia ocidental em relação a Israel e ao povo judeu, chancelam de alguma forma grande parte do que tenho afirmado aqui no blog sobre o tema.
Quantas vezes tenho insistido no lamentável fato de que a maioria dos jornalistas do mundo inteiro é antissemita?
Quantas vezes tenho afirmado que constitui uma completa idiotice aqueles que afirmam que os judeus controlam toda a mídia, que dominam as finanças e que mandam no mundo, que são terroristas e que assassinam palestinos?

O professor Wistrich ajuda a esclarecer todo esse emaranhado de mentiras que se tornaram lugar comum e são repetidas ad nauseam não apenas pelos ignorantes, mas pelos jornalistas que deveriam, por obrigação profissional, deter a informação verdadeira amparada nos fatos.

Por tudo isto, transcrevo a entrevista do professor Robert Wistrich na íntegra. Leiam que é muito importante:

Folha - O atentado em Toulouse foi descrito por alguns como um ato de fanatismo isolado, por outros como parte da ascensão do antissemitismo na Europa. O que o sr. acha?

Robert Wistrich - Esse ato assassino se insere totalmente na lógica da jihad (guerra santa islâmica) contemporânea. Em 1998, Osama bin Laden fez uma declaração, ignorada na época, em que dizia que o inimigo absoluto do islã é o que ele chamava de aliança entre judeus e cruzados -como se referia ao Ocidente cristão. Na época ninguém ligou. O mundo só começou a prestar atenção depois do 11 de Setembro.
Esse tipo de ação não é novo. Talvez o único elemento novo seja a forma como foi cometido, a sangue frio e direcionado contra crianças. Isso é o que causa mais choque.
Foi um ato antissemita, mas também contra a França como símbolo do Ocidente. Seu pretexto foi o envolvimento francês no Afeganistão e uma vingança pelas mortes de palestinos em Gaza, o que é uma ultrajante peça de propaganda. Mas é o tipo de propaganda que vem sendo engolida há tempos pela mídia ocidental.
Até a ministra do Exterior da União Europeia, Catherine Ashton, disse quase a mesma coisa, ao comparar a ação em Toulouse com Gaza e com um acidente de trânsito na Suíça em que crianças morreram.

O sr. quer dizer que a mídia e os governos europeus de alguma forma encorajam esse tipo de ação?

Há anos observo na mídia europeia, e certamente na francesa, uma tendência de apresentar a autodefesa de Israel contra o terrorismo como um genocídio contra o povo palestino. É uma distorção grotesca da palavra genocídio. Se é repetida continuamente, cria-se uma justificação para esse tipo de matança, pois é exatamente assim que o criminoso justifica seus atos.

A Al Qaeda emitiu um comunicado afirmando que o criminoso pertencia à rede. Há risco de novos atentados?

É claro que pode acontecer de novo. Há muitas semelhanças entre esse ataque e outros atentados, como em Londres e Madri, em que os terroristas eram muçulmanos nascidos na Europa. Em todos os casos, foram doutrinados no Paquistão e no Afeganistão.
Pode acontecer em qualquer país dentro ou fora da Europa, nos EUA ou na América Latina. Um dos efeitos de a Al Qaeda ter sido desalojada de sua base no Afeganistão é que há células do grupo em vários países e elas se tornaram mais autônomas. São motivadas pela ideologia e não precisam de ninguém para lhes dizer o que fazer.

A palavra antissemitismo significa ódio aos povos semitas, que também incluem os árabes. O conceito precisa ser redefinido?

De todos os tipos de ódio, e há muitos, o antissemitismo é o mais antigo. Remonta a 2.000 anos, a idade da diáspora judaica. O certo seria usar o termo ódio antijudeu, ou judeofobia. Semitismo é um termo racista que foi criado no fim do século 19 por antissemitas que não se referiam aos árabes. Quando falavam de semitas, se referiam aos judeus, mas queriam que seu ódio soasse mais respeitável ou científico.

O que é particularmente perigoso no antissemitismo dos últimos cem anos são as teorias conspiratórias. Que os judeus têm um plano para controlar o mundo, que controlam a mídia, os bancos, os governos, a política externa dos EUA, por exemplo.

Islamofobia e judeofobia têm paralelos?

Islamofobia, como diz o termo, é o medo do islã, como religião principalmente. Não nego que haja medo e ódio ao islã, e ele está crescendo. Ações como a de Toulouse certamente vão intensificar esse sentimento.
Isso não justifica o ódio aos muçulmanos, porque a maioria obedece à lei e certamente não se identifica com essas ações. O problema é que há grupos muçulmanos fanáticos que propagam essas doutrinas fundamentalistas que descrevem todos os não muçulmanos como hereges e inimigos do islã.

O antissemitismo tem origens bem diferentes, porque é baseado no judeu imaginário, na imagem do judeu herdada de séculos de história, e que segue viva. É uma expressão muito mais potente de ódio.

Hoje há entre 35 milhões e 40 milhões de muçulmanos na Europa e apenas um milhão de judeus. E ainda assim, o antissemitismo, em muitos países, é mais forte que a islamofobia. Na França, nos últimos cinco ou seis anos, o número absoluto de ataques antissemitas foi muito maior que os ataques racistas em geral e contra os muçulmanos. E lá há dez vezes mais muçulmanos que judeus.

Há paralelos entre o antissemitismo na Europa de antes do Holocausto e hoje?

Hoje é bem mais sutil. O antissemitismo clássico, que existia em quase toda a Europa antes do Holocausto, foi para o subterrâneo. O antissemitismo tradicional passou por uma metamorfose, em que foi absorvido sob o rótulo de hostilidade a Israel.

A maior razão para isso é que não há lei em nenhum país contra ataques a Israel, mesmo de forma difamatória. Se alguém ataca judeus em público em muitos países pode até ser preso. Se for um político, pode ser o fim de sua carreira. Mas você pode demonizar o sionismo ou Israel o quanto quiser e não há punição nem condenação. Você pode até ser aplaudido.

Qual a principal força por trás do antissemitismo hoje?

Os islamitas, onde quer que estejam, seja a Irmandade Muçulmana do Egito ou em outras partes do Oriente Médio, sejam os jihadistas estilo Al Qaeda, seja o islã wahabista da Arábia Saudita -que com seus petrodólares construiu mesquitas e centros comunitários pelo mundo-, sejam os pregadores do ódio locais, supostamente baseados no Corão -mas eles também falsificam o Corão.
Esses são os tipos mais ativos, violentos e assassinos.
Mas há outras forças. Existe a cumplicidade de esquerdistas, que dizem ser apenas contra Israel, mas, com frequência, apoiam grupos como Hamas e Hizbollah. Há também a extrema direita, com uma forma mais tradicional de antissemitismo. Muitos deles são também islamofóbicos.
Há ainda um quarto tipo, que é insidioso e raramente identificado apropriadamente: o neoliberal, um tipo de antissemita "iluminado", que não apenas é veementemente contra Israel por suas políticas, mas que ataca a própria base do país, questionando o Estado judaico.

Dizer que Israel foi um erro constitui antissemitismo?

Se você diz que um Estado já existente, com uma população de 7 milhões, é um erro, você está implicitamente dizendo que não deveria estar lá. Neste sentido, é antissemita e pode alimentar o antissemitismo, porque está basicamente culpando-o por tudo o que deu errado na região. Crítica a Israel é algo praticado todos os dias dentro do país. Todos criticam, incluindo eu. Mas quando uma pessoa nega a existência de Israel não tem nada a ver com crítica.

As ações do governo israelense citadas pelos terroristas, como a ocupação dos territórios palestinos, contribuem para aumentar o antissemitismo?

Eu categoricamente rejeito, com base em anos de pesquisa, a proposição de que há uma conexão real entre ocupação e antissemitismo. Há só uma ligação: essa foi a principal fonte da campanha de desinformação e intoxicação promovida pelos palestinos e árabes na opinião pública internacional.
Assim, a ocupação, indiretamente, alimenta o antissemitismo. Mas não é a razão, porque o antissemitismo palestino existia antes de 1967.



















COMISSÃO DA VERDADE E A ROTINA DAS COBRAS

Este artigo do filósofo, jornalista e escritor Olavo de Carvalho, publicado no Diário do Comércio (transcrevo após este prólogo), diário paulistano mas que não tem a capilaridade e cobertura dos grandes veículos de comunicação, está absolutamente correto. Por isso mesmo permanecerá confinado nas páginas do valente Diário do Comércio e no site que o próprio Olavo de Carvalho mantém na internet e que deve ser visitado. O titulo original é A rotina das cobras.
A grande imprensa, cujas redações são patrulhadas pelo pensamento políticamente correto, para o qual é um sacrilégio tocar na palavra comunista, como também é um sacrilégio censurar os princípios contidos numa espécie de ideário de consenso quase absoluto, onde repousam os postulados dessa nova ordem de alcance universal. O resultado vocês mesmo podem aferir quando lêem os principais veículos da grande mídia, vêem as redes de televisão e ouvem o rádio. Até mesmo na internet a grande mídia estende o seu domínio absoluto. Escapam alguns poucos blogs independentes.

Olavo de Carvalho, que vive nos Estados Unidos, é dos raros jornalistas e pensadores brasileiros que faz um contraponto a essa canalhice institucionalizada que promove a lavagem cerebral da coletividade. Quem lê este blog pode notar que houve uma diminuição de links em direção à grande imprensa, porque suas matérias não passam de louvações aos governos. Isto dá a exata medida sobre essa funesta realidade que pretende transformar cada cidadão num ser imbecilizado pelo pensamento politicamente correto. Os meios de comunicação formam a opinião pública. É partir do que é divulgado, comentado e intrepretado, que se solidifica a opinião da maioria.

Isto quer dizer que, ao final, teremos uma população majoritariamente idiota e capaz de convalidar sem ressalvas uma lei cassando as prerrogativas constitucionais que consagram a liberdade individual. A isso os comunistas denominam "reforma política". A primeira iniciativa nesse sentido foi a criação da denomina Lei Ficha Limpa que, a rigor, está acima da própria Constituição e das leis ordinárias dela emanadas e que, pasmem, nunca dispuseram que todas as iniquidades serão consentidas. O segundo ato em andamento destinado a solapar o Estado de Direito democrático e rasgar mais um pedaço da Constituição é a Comissão da Verdade, negar o direito líquido e certo, consagrado na Constituição, sobre o alcance da lei da anistia. É disso que trata o artigo de Olavo de Carvalho quando aponta com fatos como um sistema político-jurídico é destruído para no seu lugar ser edificado outro nos moldes comunistas para o proveito da nomenklatura e seus áulicos em detrimento da liberdade individual da maioria.

São artigos como este que jamais estarão publicados na grande imprensa. Por que isso acontece?, ora, porque uma das primeiras ações do movimento comunista sempre foi o controle da informação.

Repito: a verdade dos fatos não está na grande imprensa que não serve mais para nada, a não ser promover a imbecilização coletiva em proveito de um projeto de poder que tem duas letras: PT. Leiam:


Se há uma lição que a História ensina, documenta e prova acima de qualquer dúvida razoável, é a seguinte: sempre que os comunistas acusam alguém de alguma coisa, é porque fizeram, estão fazendo ou planejam fazer logo em seguida algo de muito pior. Acobertar crimes sob afetações histriônicas de amor à justiça é, há mais de um século, imutável procedimento-padrão do movimento mais assasino e mais mentiroso que já existiu no mundo.

Só para dar um exemplo incruento: o Partido dos Trabalhadores ganhou a confiança do eleitorado por sua luta feroz contra os políticos corruptos, ao mesmo tempo que ia preparando, para colocá-lo em ação tão logo chegasse ao poder, o maior esquema de corrupção de todos os tempos, perto do qual a totalidade dos feitos de seus antecessores se reduz às proporções do roubo de um cacho de bananas numa barraca de feira.

Mas nem todos os episódios desse tipo são comédias de Terceiro Mundo. Nos anos 30 do século passado, o governo de Moscou promoveu por toda parte uma vasta e emocionante campanha contra as ambições imperialistas de Adolf Hitler, ao mesmo tempo que, por baixo do pano, as fomentava com dinheiro, assistência técnica e ajuda militar, no intuito de usar as tropas alemãs como ponta-de-lança para a ocupação soviética da Europa.

Os exemplos poderiam multiplicar-se ilimitadamente. Em todos os casos, a regra é a máxima atribuída a Lênin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.”

Se o acusado realmente cometeu crimes, ótimo: desviarão a atenção dos crimes maiores do acusador. Se é inocente, melhor ainda. Durante os célebres Processos de Moscou, onde o amor ao Partido levava os réus a confessar crimes que não haviam cometido, Bertolt Brecht, ídolo literário maior do movimento comunista, proclamou: “Se eram inocentes, tanto mais mereciam ser fuzilados.” Não foi mera efusão de servilismo histriônico. A declaração obscena mostra a funda compreensão que o dramaturgo tinha da premeditação maquiavélica por trás daquela absurdidade judicial.

Como o bem e o mal, na perspectiva marxista, não existem objetivamente e se resumem à resistência ou apoio oferecidos às ordens do Partido, a inocência do réu é tão boa quanto a culpa, caso sirva à propaganda revolucionária – mas às vezes é muito mais rentável. Condenar o culpado dá aos comunistas o ar de justiceiros, mas condenar o inocente é impor a vontade do Partido como um decreto divino, revogando a moral vigente e colocando o povo de joelhos ante uma nova autoridade, misteriosa e incompreensível. O efeito é devastador.

Isso não se aplica somente aos Processos de Moscou. Perseguir o general Augusto Pinochet por delitos arquiconhecidos dá algum prestígio moral, mas condenar o coronel Luís Alfonso Plazas a trinta anos de prisão por um crime que todo mundo sabe jamais ter acontecido é uma operação de magia psicológica que destrói, junto com o inimigo, as bases culturais e morais da sua existência.

Na presente “Comissão da Verdade”, os crimes do acusado são reais, mas menores do que os praticados pelo acusador. A onda de terrorismo guerrilheiro na América Latina data do início dos anos 60, e já tinha um belo currículo de realizações macabras quando, em reação, os golpes militares começaram a espoucar.

Computado o total das ações violentas que, partindo de Cuba, se alastraram não só por este continente, mas pela África e pela Ásia, a resposta dos militares à agressão cubana mostra ter sido quase sempre tardia e moderada, sem contar o fato de que, pelo menos no Brasil, veio desacompanhada de qualquer guerra publicitária comparável à que os comunistas, inclusive desde a Europa e os EUA, moviam contra o governo local. Sob esse aspecto, a vantagem ainda está do lado dos comunistas. Os delitos cometidos pelos militares chamam a atenção porque uma rede de ONGs bilionárias, secundada pela militância esquerdista que domina as redações, não permite que sejam esquecidos.

Nenhuma máquina de publicidade, no entanto, se ocupa de explorar em proveito da “direita” as vítimas produzidas pela Conferência Tricontinental de 1966, pela OLAS (Organização Latino-Americana de Solidariedade, 1967) ou, hoje, pelo Foro de São Paulo. Numa disputa travada com tão escandalosa desproporção de recursos, a verdade não tem a menor chance. Na tão propalada ânsia de restaurar os fatos históricos, ninguém se lembra sequer de averiguar a participação de brasileiros nas ações criminosas empreendidas pelo governo de Fidel Castro em três continentes. Encobrindo esse detalhe, fugindo ao cotejo dos números, trocando os efeitos pelas causas e partindo do pressuposto tácito de que os crimes praticados a serviço de Cuba estão acima do julgamento humano, a “Comissão da Verdade” é, de alto a baixo, mais uma farsa publicitária montada segundo o modelo comunista de sempre. Seu objetivo não é o mero “revanchismo”, como ingenuamente o pensam os militares: é habituar o povo a conformar-se com um novo padrão de justiça, no qual, a priori e sem possibilidade de discussão, um lado tem todos os direitos e o outro não tem nenhum.

A única coisa estranha, nessa reencenação um script tradicional, é que suas vítimas ainda procedam como se esperassem, de seus julgadores, alguma idoneidade e senso de equilíbrio, sentindo-se surpreendidas e chocadas quando a igualdade perante a lei lhes é negada – tanto quanto os cristãos se sentem repentinamente traídos quando o governo Dilma volta atrás no seu compromisso anti-abortista de campanha. Não há nada de surpreendente em que as cobras venenosas piquem. Surpreendente é que alguém ainda se surpreenda com isso.

27 de março de 2012
aluizio amorim

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