Demóstenes Torres é mais um no 'show' de inutilidades do Senado
Enquanto isso, os pobres mortais, no Inamps...
No momento em que um senador famoso por suas posições moralistas - trata-se Demóstenes Torres (DEM-GO) - é flagrado demonstrando ter fortes ligações um também famoso contraventor de Goiás, o Carlinhos Cachoeira, acusado de ser chefe de um esquema de exploração do jogos e preso pela Polícia Federal, ainda repercute na opinião pública a informação de que senadores depois que não mais exercem o mandato ainda têm direito a despesas ilimitadas com plano de saúde para si e seus parentes pagas pelo Senado, ainda aparece mais uma notícia engraçada naquela Casa Legislativa.
Depois da declaração estapafúrdia do senador Ivo Cassol (PP-RO) afirmando que os parlamentares brasileiros são mal remunerados, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, pressionada pela reação popular aprovou por unanimidade a extinção dos 14} e 15} salários dos senadores, que recebiam no início e no fim de cada ano, livres do Imposto de Renda.
Coube ao senador Cyro Miranda (PSDB-GO) declarar outra grande novidade:
"Tenho pena daqueles que são obrigados a viver com R$ 19 mil líquidos".
O ilustre declarante é um suplente sem voto que ganhou um pedaço do mandato do então titular, Marconi Perillo (PSDB-GO), eleito governador, e 'esqueceu' que mensalmente os 'pobres coitados' que recebem 'somente' R$ 19 mil, custam aos cofres públicos "apenas' R$ 170 mil, somados os subsídios e mais as mordomias a que se deram o direito de receber.
Apesar de sua 'preocupação' com os colegas de baixa remuneração, Cyro Miranda votou pela aprovação do projeto de autoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que declarou: "Meu Deus do céu! Eu ando nas ruas, vejo as pessoas! Como pode um senador dizer uma coisa dessas?".
Já Ivo Cassol não apareceu na reunião da CAE, mas mandou um voto em separado, a favor do projeto.
A indignação do povo pode ser medida em duas cartas de leitores de 'O Globo', na edição de hoje, sobre esse e outros fatos que povoam o noticiário.
Otávio Basile Novello, de Duque de Caxias, RJ, escreveu:
"Nosso país é uma bênção com quem não trabalha e com os corruptos. Vejam o caso dos senadores que, mesmo sem mandato, continuam a ter direitos à assistência médica ilimitada: é só apresentar o recibo de qualquer valor que o Senado paga. Os senadores com mandato acham que ganham pouco. E agora mais essa, a do sr. Ricardo Teixeira, que será recompensado com salários até 2030. Ele está sendo investigado e ainda ganha um prêmio de bom comportamento. Quando isso vai acabar? Eles só não protegem quem trabalha ou trabalhou, como os aposentados. Trabalho há 54 anos, e vou morrer trabalhando, pois ganho metade do que deveria".
Já Frttz Mueller, de Araruama, RJ, desabafa:
"Uma classe privilegiada desfrutando as benesses da saúde. Uma democracia tendenciosa, caraterizada por um Senado elitista, generoso, complacente com uma assistência médico-hospitalar de ponta.
Na outra ponta, os súditos do INSS esperam o atestado de óbito da vergonha. Os aposentados sobrevivem de esmolas, garimpando migalhas das prateleiras vazias das farmácias populares.
Os senadores são predestinados em gastos milionários de saúde e não entram em filas constrangedoras. Quanto aos reembolsos médicos,as brechas podem ocorrer.
As estatísticas não são favoráveis. Não nos esqueçamos: cartões corporativos, passagens aéreas, horas extras, ponto eletrônico, atos secretos etc. Tudo foi possível com a influência do Senado".
E aí, mas uma vez vem a pergunta que não quer calar: Qual é mesmo a utilidade do Senado?
28 de março de 2012
Postado por Airton Leitão
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
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