A Polícia Federal levanta suspeitas de que a empreiteira Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, fez parte do esquema montado pelo grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogo ilegal, informa reportagem de Filipe Coutinho, Fernando Mello e Leandro Colon, publicada na Folha.
Segundo relatórios de inteligência da PF na Operação Monte Carlo, há indícios “de que a maior parte dos valores que entram nas contas de empresas fantasmas [ligadas ao grupo de Cachoeira] são oriundos da empresa Delta Construções”, empreiteira de Fernando Cavendish, amigo íntimo do governador Sérgio Cabral, que passava fins de semana com o empresário na Bahia.
Os investigadores pediram a abertura de inquérito específico para apurar a suspeita. De acordo com as investigações, foi possível confirmar “sociedade secreta” entre Cachoeira e Claudio Abreu, então diretor regional do Centro Oeste da empreiteira Delta, afastado depois de ser denunciado pelo Ministério Público Federal. Até agora, ninguém mais da Delta foi denunciado.
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NINGUÈM LÊ O “CÓDIGO”
Tudo isso só está acontecendo porque os empresários Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish até hoje não tiveram tempo para ler o Código de Conduta Ética que Sergio Cabral mandou redigir depois que vieram a público suas relações íntimas com Cavendish.
Antes do Código de Ética, Cabral e seus auxiliares, entre eles o milionário secretário de Saúde Sergio Côrtes, não sabiam como um homem público deve proceder em termos de honestidade.
E como nenhum deles até hoje se deu ao trabalho de ler o Código (nem mesmo Cabral o fez), continuam sem saber o que é certo ou errado.
09 de abril de 2012
Carlos Newton
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