Antes
que pensem que é pretensão, é isso mesmo, este artigo visa acabar com todo e
qualquer argumento abortista. Tendo em vista que essa corrente nefasta já matou
bilhões de pessoas e vem matando silenciosamente todo ano mais de 5 milhões pelo
mundo, acho o objetivo justo e a firmeza das palavras mais urgente
ainda.
Vamos
a uns fatos que logo de cara já deixam qualquer abortista em saia justa: ora,
uma célula fecundada, um zigoto, é um ser vivo e não há como negar. Por mais
louco que um abortista seja esse crivo da ciência é reconhecido por todos. Ora
se um espermatozoide é vivo e um óvulo é vivo também, não há porque pensar que a
união dos dois gera uma morte, e depois de algum tempo, uma vida novamente. O
caráter vivo não se perdeu. A célula não sofreu, lise, nem autólise, nem necrose
nem nada. Continua lá vivinha.
Fato
de número dois é que esse ser vivo não sou eu (como poderia atribuir ao meu
espermatozoide) e também não é a minha parceira (como ela poderia afirmar sobre
seu óvulo). E esse fato se deve a um único motivo: essa célula não possui nem
meu genoma e nem o da minha parceira. Ele possui um novo genoma. Se analisarmos
todos os genes dessa célula, veremos que ele não é idêntico nem a mim nem a
minha parceira. Tendo em vista isso, esse célula precisa ser considerada como
pertencente a uma classificação na natureza que não a minha pessoa nem a da
mulher. É um novo ser. Um indivíduo (termo biológico mesmo) novo que ainda não
existia na natureza. É um fenômeno totalmente inédito. É um novo ser vivo na
natureza.
Como
todo ser vivo, vivente, ele claramente pertence a uma espécie. E a pergunta é: a
que espécie pertence esse novo ser vivo? Todo abortista condena o zigoto, o
embrião a um limbo da biologia. Se eles não consideram como aquilo humano, a que
diabos pertence então essa entidade viva? Em que lugar da taxonomia foi parar
esse ser vivo? De repente eu tenho todos os seres vivos no universo
classificados em um grupo exceto um? Esse grupo está condenado a “viver” em uma
não classificação?
Logo
de cara temos um problema que não se pode resolver com a concepção dos que
defendem o aborto. Se querem estar de acordo com a ciência são obrigados a
considerar que o embrião é uma nova vida e que só podem pertencer a espécie
humana e não outra. O problema deles já começa aqui, simples e sem rodeios. Logo
se queres ser abortista te aconselho a não começar pelo mérito de onde a vida
começa, pois como já mostrado, ela nunca terminou, ela aconteceu novamente e
ineditamente e teve um marco zero (um instante t = 0 que é a concepção). E esse
t = 0 é de forma simples e harmoniosamente o instante em que minha célula não é
mais minha e a célula da minha esposa não é mais dela existe um ser vivente
inédito, e isso é bem claro e objetivo.
Um
abortista poderia argumentar que essa célula ovo é tão ser vivo e tão célula
quanto qualquer outra célula, portanto tão digna quanto um espermatozoide. Mas
isso não é verdade. Todo ser vivo o é em sua totalidade. Um estreptococo é uma
bactéria na sua totalidade de uma única célula. Assim como o zigoto é um Homo
sapiens na totalidade da sua única célula. Embora digno, um espermatozoide
não pode representar a dignidade total de um ser humano. Eu sou uma pessoa na
totalidade de todas as minhas células juntas. Minha dignidade está confinada na
minha dimensão multicelular. Assim, um zigoto é um ser humano confinado na sua
condição unicelular (momentânea) e por isso carrega na sua unicelularidade toda
a dimensão humana. Se uma bactéria é bactéria toda em uma única célula, assim
também é o embrião, ele é todo homem em uma única célula por enquanto. O mesmo
não vale para o meu espermatozoide, essa célula não sou eu todo, e sim uma parte
de mim, porque na condição adulta, a minha totalidade não se confina em uma
única célula, mas em muitas.
Agora
entremos no mérito da dignidade. Todo ser vivente é dotado de uma dignidade. Que
de forma bem simples, é o valor atribuído por nós seres humanos a tudo que
existe vivo. E essas coisas vivas possuem esse valor intrinsecamente. Quando
digo intrinsecamente estou dizendo que essas coisas possuem valor apenas por
existir. Não precisa uma bactéria fazer absolutamente nada para ter valor, basta
existir, basta ser bactéria. E esse valor vem do fato de que quando eu vejo uma
bactéria reconheço nela algo que diz respeito a mim (ser humano): ela partilha
algo que me ajuda a me dizer que eu sou eu, que eu existo, e esse fato é a vida.
Por serem vivos, eu posso reconhecer vida nesses seres e me identificar com
eles. Nesse identificar-se damos valor a coisa identificada. Assim uma bactéria
agora possui um valor intrínseco, é vivo como eu e não pode mais estar no mesmo
“balaio” das coisas não vivas.
Essa
é uma forma simples de compreender que a dignidade é um valor exclusivamente
humano. Só nós seres humanos atribuímos esse valor as coisas. Apenas nós somos
capazes de dizer aquilo que tem dignidade ou não. A dignidade atribuída as
demais coisas da natureza, as não vivas, não são valores intrínsecos e sim
atribuídos. De tal sorte que contribuem para a manutenção da coisa viva, então
possuem valor, no mais, uma pedra em Plutão não possui valor nenhum. Em resumo,
valor intrínseco apenas coisas vivas possuem e valor atribuído e não direto
possui qualquer coisa que possa contribuir para a vida. Ou seja, a vida é o
crivo da dignidade.
E
essa conclusão é tão verdadeira que tão logo encontrássemos vida em outro
planeta, haveríamos de lhe dar valor, independente de não se relacionar com
manutenção da vida aqui na Terra. Um homem possui dignidade aqui em comunidade,
ou em outra galáxia perdido, sozinho. Não é a comunidade nem qualquer outra
coisa que faz o ser humano ter valor. É apenas o fato de ser gente. Assim seria
tosco da sua parte não se importar se descobrisse que em Plutão que vive isolado
lá um ser humano. Assim que você soubesse do fato se sensibilizaria e iria
querer a manutenção desse homem vivo, onde quer que ele
esteja.
É
por isso mesmo que o direito a vida é um direito universal. Se estendêssemos o
conceito poder-se-ia dizer que isso vale para qualquer entidade viva no
universo. Mas dado o grau de relação entre as entidades vivas aqui no Planeta,
só devemos afirmar isso invariavelmente para os seres humanos. Para ficar claro,
temos que uma bactéria possui direito a vida e tem seu grau de dignidade. Mas em
sendo que se essa mesma bactéria se relaciona com a espécie humana podendo
causar-lhe a perda da vida, é necessário escolher qual vida vale mais. E como
Thomas de Aquino define, a coisa que julga é sempre superior à coisa julgada. Se
nós quem julgamos o que é dignidade, a nós cabe dizer a quem ela pertence
absolutamente. Logo sou superior a qualquer bactéria, estou no grupo do julgador
e não da coisa julgada. Ora, se em uma disputa não querida entre eu e a bactéria
tenho que sair vivo, claro que estou supondo que tenho mais dignidade que a
bactéria. E isso vale para qualquer outra coisa viva na natureza. Isso é tão
moral que me faz querer bem as coisas vivas (e assim a ecologia) mas sem perder
de vista a minha humanidade.
Entre
uma mãe e um feto, não existe relação de superioridade. Não há nada intrínseco
na humanidade do Homo sapiens mãe que seja superior à humanidade do
Homo sapiens filho. Ambos pertencem a mesma espécie, ambos vivos e ambos
dotados de dignidades e potencialidades. Há quem diga que as relações pessoais
vividas pela mãe colocam-na um patamar acima do feto, ela possui mais “pontos”
em uma das dimensões humanas, a social (a saber, as dimensões humanas são
biológicas, psíquicas e sociais. As psíquicas abarcam aí a espiritual do ponto
de vista prático). Mas como disse, o valor humano é intrínseco e não depende do
quanto você já se relacionou na vida. Uma relação vale tanto quanto mil. Se
fosse o contrário, “o menino lobo” – famoso caso – seria menos humano que os
outros e assim seria menos digno que os outros. Além disso o feto já possui uma
rede de relacionamentos desde a concepção: com o universo uterino e toda a
estrutura familiar que o espera lá fora do ventre materno.
Como
dito, em Plutão, na selva ou no útero, seres humanos são sempre seres humanos e
iguais em dignidade em qualquer situação. Afinal não é isso que diz a declaração
universal? Todos os homens nascem iguais em dignidade? Agora vem abortista falar
em direitos humanos? Afinal, estão querendo enganar quem? A própria declaração
afirma que somos biopsicossociais desde sempre, desde que somos seres humanos. E
como provado somos seres humanos desde a concepção.
Um
abortista descuidado poderia argumentar. Mas o feto depende da mãe para viver.
Tudo bem,depende. Mas quantos outros seres vivos não dependem uns dos outros?
Sem emotividade, um paciente em coma depende de outros seres para viver, seria
lícito matá-lo sem direito a defesa, sem motivo justo? Sem emotividade, você não
tem coragem e até se revolta se matarem cães domésticos, você tem duvidas que
cães domésticos dependem de nós para viver? Nesse aspecto, dependemos até de
bactérias para viver, e no entanto elas são menos dignas que nós como mostrado
antes. Ou seja, não existe essa relação. Dependemos de bactérias e somos mais
dignos que elas. Bebes são mais dignos que mães? Concluir isso seria de um
non sequitur descarado.
Temos
a partir de então duas constantes lógicas. Uma que me coloca em uma posição
coerente que explicarei a seguir e a constante da dignidade.
Muitos abortistas afirmam que a ciência não tem
um parecer sobre quando começa a vida e quando termina a vida. Poderia citar
aqui 1001 exemplos de que isso não é verdade, mas citarei apenas uma fonte
confiável que permite a qualquer curioso ir pesquisar daí em diante. Qualquer
estudante de graduação médica do Brasil, “que sá” do mundo, estudam a
embriologia em fontes comuns. Uma dessas fontes é o embriologista e anatomista
Keith Moore, que publicou o livro “Embriologia Clínica”. Nesse livro ele
afirma:
“O desenvolvimento
humano começa na fecundação, o processo durante o qual um gameta masculino ou
espermatozóide se une a um gameta feminino ou ovócito (óvulo) para formar uma
única célula chamada zigoto. Esta célula altamente especializada, totipotentes
marcou o início de cada um de nós como um indivíduo único.”
“Um zigoto é o
início de um novo ser humano (isto é, um embrião).”
Sendo assim ainda posso citar outro, o livro de
Rezende de Obstetrícia (um dos mais usados) na medicina, afirma claramente que a
vida pode-se afirmar com base nos conhecimentos atuais, que a vida começa na
fecundação. A Academia Brasileira de Medicina afirma a mesma coisa. E toda a
comissão de bioética e ética médica prevê que os médicos atuem com base nesse
conhecimento.
Sendo assim, é esquisito pensar que os médicos
levam a sério todo o livro de Keith Moore e façam questão de esquecer somente
essa parte. Não que o livro não possa ser questionado em alguma parte, mas o que
vemos é algo bem claro.
Enfim nesse quesito, estou seguro, a medicina
tem uma posição. Mas ainda um abortista poderia dizer: “mas isso é hoje, amanha
não se sabe, uma verdade científica hoje não é a mesma amanhã. E mesmo assim
teimo em afirmar que não é consenso no mundo.” Tudo bem. Posso entrar no campo
de batalha de qualquer abortista, tenho a lógica do meu lado. Vamos lá. Vamos
admitir então que não existe consenso. Sendo assim seria mais burro e perigoso
ainda ser a favor do aborto. Ora, a minha posição é confortável; se a vida não
começar na concepção tudo bem. Eu já protegia ela antes mesmo, logo não perdi
nenhuma vida, digamos assim. Mas e se no futuro firmarem de fato que a vida
começa na concepção? Como ficarão os abortistas? Eles estarão a frente de um
grupo que foi a favor de matar um monte de gente. Quem pagará essa conta? Veja a
diferença: enquanto eu não ficarei jamais responsável por nenhuma morte, o
abortista ficará responsável por várias. Isso porque minha posição me dá uma
margem segura, cubro toda a possibilidade no tempo da vida humana. E afinal,
qual é a posição mais prudente? Você apostaria fifith-fifith na vida de sua mãe
se ela em coma afirmassem que ela morreu mesmo sem ter certeza?
Não existe posição inteligente no aborto. Mesmo
que você veja lógica no pensamento abortista, é claro que existe muito mais
lógica no pensamento pró-vida. E é isso que estou mostrando. Logo, entre duas
coisas lógicas devemos estar de acordo com aquela mais harmoniosa e mais lógica
das duas.
A argumentação é simples. Por que não mato
embriões? Porque eles possuem dignidade e dignidade nítidamente superior a
outros seres vivos não humanos, desde a célula ovo. Isso é fato incontestável.
Mesmo nos piores centros de fertilização in vitro existe toda uma
parafernalha de técnicas visando o “respeito” para com aquela célula. Se fosse
uma célula comum como outras, por que tanto cuidado? Se você reconhece dignidade
até mesmo em filhotes de tartarugas e cães, por que não enxerga isso em embriões
humanos?
A retórica abortista é tão fajuta que no ápice
do desespero, escorregadios como todo relativista, eles tentam afirmar que
aborto é melhor que criar pessoas na miséria ou então que atrapalha o individuo
que não planejou a gravidez. Então quer dizer que se tem um ser humano te
“atrapalhando” você mata? Quer dizer que agora os abortistas têm bolas de
cristal e sabem da sina de todo mundo? Como saber que aquele garoto vai ser um
miserável? Então por esse ponto de vista vamos matar todas as pessoas que podem
vir a sofrer na vida, mulheres que tem mutação em BRCA1, por exemplo, que tem
altíssima chance de ter câncer de mama; essas não merecem viver, elas fatalmente
vão sofrer no futuro, vamos matá-las para evitar que elas sofram. Afirmar isso é
totalmente irracional. É eugenia e se aproxima muito do pensamento nazista, de
eliminar seres humanos com base em predições. Pelo ponto de vista, seria lícito
matar um monte de pobres e seria mais lícito ainda esterilizar todas as mulheres
pobres. Mais ainda, para abortar, nesse sentido, a mulher terá que ter um
comprovante de pobreza para provar que o filho é forte candidato a viver na
miséria.
Você abortista iria querer que sua mãe te
eliminasse se em dado momento desconfiasse que não poderia te criar? Tudo isso
mostra pequenos exemplos de como o pensamento abortista “não tem pé nem
cabeça”.
O último e mais ordinário argumento que um
abortista pode ter é afirmar que aborto é uma questão de saúde pública e que
milhões de mulheres morrem todo ano vitimas de aborto em más condições. Esse
argumento é pífio porque grita contra os fatos. Basta acessar o DATASUS que é a
base de dados do SUS para as notificações de todos os quadros de doenças
relatadas no país. Basta ir no site e ver com os próprios olhos. De 1996 até
2009, a soma de mulheres mortas por más condições de aborto não chega a 160
mulheres. Vamos admitir que uma parte não chegou a tempo no sistema de saúde e
morreram antes de notificar, ainda sim, não chega a 500 com certeza. Ou seja, os
dados trazidos pelas ONGs abortistas, de calamidade são falaciosos e mal
intencionados. De onde eles tiram esses dados, voce já se perguntou?
A leveza em afirmar os dados acima vem do fato
de ser PROIBIDO ao médico não atender um paciente em risco de morte iminente em
qualquer situação. Ou seja, nunca vi, e nem pode, um médico negar atendimento à
pacientes que chegaram no serviço por más condições de aborto. Muito pelo
contrario sempre foram cordiais e prestaram muito bem o serviço. Para falar a
verdade não vi na minha experiência (pouca, mas não tanto), nenhuma mulher
morrer por complicação de aborto em más condições. Isso porque como disse os
médicos agem conforme o juramento.
Outro fato que corrobora, é que quando uma
mulher complica o aborto mal feito ela busca o serviço hospitalar comum, na
imensa maioria das vezes. Claro! Nenhuma mulher vai morrer para não ter que
passar a “vergonha” de assumir ao médico que abortou. Nenhuma mulher preferirá
morrer. Para falar a verdade é de se pensar que se foram egoístas para eliminar
seus problemas no ventre, não seriam tolas ao ponto de não pensar em si de novo
e salvar suas vidas. Ao passo então que se “matam” 700 mulheres em 13 anos
(sendo bem pessimista), quantas crianças não morreram nesse mesmo período
vitimas do aborto? O próprio DATASUS confirma. Não há como negar fatos. Alguém
precisa acabar com isso.
Outro ponto a se cogitar é: existe o fato de
que nenhum abortista pode afirmar que a posição pró-vida é ilógica e muito menos
que ela é imoral. Não é e não há nada que possa transformá-la numa posição
injusta. Basta algum abortista me mostrar um só ponto. É impossível.
Não há como a pessoa estar de acordo com a
lógica e de acordo com o aborto ao mesmo tempo, não se coadunam essas
possibilidades. Mesmo um livro não seria capaz de esgotar todos os argumentos em
favor da vida, e logo fica muito em aberto nesse artigo. Contudo, é confortável
que com ele temos motivos mais que suficientes para não requerer o abortismo e
na verdade temos aqui motivos suficientes para duvidar da posição abortista.
A luta contra a cultura de morte não pode
acabar. A única coisa que temos que lutar para arrasar mesmo, é contra o
pensamento abortista. A contra-argumentação é infinita, não por nós, pró-vida,
mas por eles que cada vez que refutamos eles em um campo, esquivos eles buscam
outros argumentos, sempre relativizando. Mas uma coisa é certa, sempre estaremos
destruindo os argumentos abortistas.
18 de abril de 2012
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