Em decorrência da política monetária de juro zero nas economias dos países desenvolvidos, Estados Unidos e Zona do Euro, há uma quantidade enormede moeda estrangeira, principalmente de dólares, entrando no mercado nacional. E, como conseqüência da alta taxa de juros brasileira, que agora começa a ser baixada, há uma inundação de dólares no mercado brasileiro buscando a alta rentabilidade causada pela elevadíssima taxa de juros interna do Brasil, fazendo a operação de arbitragem, tomando dinheiro barato no exterior e investindo em títulos públicos brasileiros remunerados pela alta taxa Selic.
Em função disso, da elevada quantidade de dólares no Brasil e da taxa de juros ainda bastante elevada, tem-se uma situação em que há enorme montante de dólares e uma reduzida quantidade de reais em função da política monetária restritiva executada pelo Banco Central brasileiro.
Como efeito, muitos dólares e poucos reais, o preço do dólar, que é a taxa de câmbio, fica baixo, o que barateia as importações e encarece as exportações, causando déficit na balança comercial.
Há outras causas apontadas que também são corretas como fatores que encarecem o preço das exportações nacionais, quais sejam, a carga tributária elevada, a taxa de juros interna extremamente alta (somente as empresas grandes conseguem tomar empréstimos a juros menores no exterior ou no BNDES), além da infraestrutura deficiente (rodovias e portos em péssimo estado, o que onera o valor do frete e eleva o preço final da mercadoria a ser exportada, o chamado custo Brasil).
É uma lástima que o Brasil não tenha feito a opção pelo transporte ferroviário para escoamento da sua produção agrícola e industrial, muito mais barato. Outro fator que afeta negativamente a situação das exportações brasileiras é o fato de o Governo Brasileiro, na execução da sua política fiscal agora mais restritiva, estar cortando a despesa pública nos investimentos em infraestrutura, que não estão aumentando, e sim sendo reduzidos, e não no custeio, como seria desejável.
Como tudo na vida, também a questão da sobreapreciação cambial tem aspectos favoráveis e desfavoràveis: se por um lado contribui para controlar a inflação, por outro contribui para o encarecimento das exportações, o que as torna mais caras que os produtos das outras nações, causando o encalhe dos produtos brasileiros exportados, a redução dos lucros dos empresários dos setores exportadores do Brasil e o consequente desemprego nesses mesmos setores.
Para diminuir esse desemprego, o governo aumenta a tributação sobre os importados, podendo conseguir deter um pouco a escalada do desemprego, o que ocorre às custas da eficiência produtiva e do bem estar do consumidor, que acaba comprando o produto brasileiro de pior qualidade do que o rival importado, encarecido artificialmente péla tributação do Governo sobre as importações.
04 de abril de 2012
Carlos Frederico Alverga
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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