Agora, bom mesmo é o brasileiro… Pesquisa é divulgada com 17 dias de atraso.
O Ibope divulgou uma nova pesquisa sobre a avaliação do governo Dilma. A maioria, vocês verão, o considera muito bom! Mas bom mesmo é o povo. Vejam só: 65% desaprovam a política de impostos; 63% reprovam a de saúde, e 61%, a de segurança pública. Não obstante, sua gestão é acolhida por 56% dos entrevistados, segundo o Ibope. A aprovação pessoal de Dilma chegou a 77%.
Leiam texto de Breno Costa, na Folha Online.
Volto depois.
A presidente Dilma Rousseff bateu um novo recorde desde o início do seu mandato e ampliou a sua popularidade mesmo depois da divulgação de um crescimento modesto do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 e em meio a turbulências de uma crise política em sua base de apoio no Congresso. Segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira (4), a aprovação pessoal da presidente (aqueles que acham o jeito Dilma de governar “ótimo” ou “bom”) subiu cinco pontos percentuais desde dezembro, de 72% para 77%.
É o maior índice registrado desde março do ano passado, quando a primeira pesquisa sobre seu governo foi divulgada. A presidente tem usado como trunfo em sua relação com o Congresso as altas taxas de popularidade alcançadas desde o início de seu governo.
A avaliação de sua gestão, contudo, manteve-se a mesma na comparação com dezembro, estacionada em 56%. O índice tinha sido o melhor para um primeiro ano de governo desde que a pesquisa da Confederação Nacional da Indústria começou a ser feita, em 1995. Comparativamente, o governo Luiz Inácio Lula da Silva tinha avaliação “ótima” ou “boa” de 34% no início de seu segundo ano de mandato, em 2004. Na época, o governo estava abalado pelo seu primeiro escândalo de corrupção, após a revelação do caso Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil. Ainda assim, é maior o número de entrevistados que considera o governo Dilma pior do que o governo Lula (23%). A gestão Dilma é considerada superior por 15%.
Lembranças
A pesquisa aponta que os assuntos mais espinhosos, e que poderiam abalar a avaliação positiva do governo, foram pouco lembrados pelos entrevistados. É o caso do crescimento do PIB de 2,7% em 2011, citado por apenas 1%. A crise política, que levou à troca da liderança do governo no Senado, foi citado por 4%. De acordo com o levantamento, os assuntos mais lembrados espontaneamente pelos entrevistados sobre o governo foram os “programas sociais voltados para mulheres” e as “viagens da presidente Dilma”.
A pouco mais de dois meses da Conferência Rio +20 e com a votação do novo código florestal voltando à pauta do Congresso, a pesquisa apontou que as ações e políticas para o meio ambiente foram aquelas que apresentaram maior crescimento na aprovação em relação a dezembro, saltando de 48% para 53%. As áreas com pior avaliação são, de acordo com a pesquisa, impostos (65% de desaprovação), saúde (63%) e segurança pública (61%). A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 19 de março. No levantamento, foram ouvidas 2.002 pessoas em 142 municípios.
Voltei
Os índices robustos e em alta de popularidade do governo Dilma já haviam sido apontados na pesquisa que o Datafolha fez em janeiro. Não tenho muito a acrescentar à análise que fiz então. O governo soube transformar seus limões em limonada. Os seis ministros demitidos sob suspeita de corrupção — eram, afinal, governo e foram nomeados por Dilma — viraram um trunfo da presidente! Esse levantamento do Ibope foi feito entre os dias 16 e 19 de março, em meio à crise do governo com a base aliada. Também essa a governanta faturou: ela apareceu como heroína da luta contra a fisiologia.
Há fatores que não são primariamente políticos que explicam esses números. Apesar do baixo crescimento da economia no ano passado, as dificuldades ainda não chegaram ao “povão”.
O modelo continua ancorado no consumo acelerado. Não há, pois, razão, nesse particular, para mudança de humores. Mas é o elemento político o mais importante. Poderia resumi-lo numa pergunta: “Se não for Dilma, é quem?” Inexiste discurso organizado de oposição na esfera federal. Cadê o líder?
Reproduzo um trecho da análise que fiz da pesquisa Datafoolha, em janeiro:
“Ok, os aecistas do PSDB podem se regozijar. Hoje, e tudo o mais constante, o nome do PSDB para disputar a Presidência da República é Aécio Neves. Digamos que a questão interna esteja mais do que precocemente resolvida. E daí? Com que eleitor, e sobre quais temas, os tucanos pretendem conversar? Como é que vão convencer os brasileiros, COM QUAIS VALORES?, de que Dilma não merece uma segunda chance? FHC parece apostar que um “político tradicional”, aliancista, tem mais chances. Pode ser. Desde que a equação não ignore o eleitor…”
Encerrando
Uma coisa chama a atenção: a pesquisa foi feita entre os dias 16 e 19 de março. Por que foi divulgada só agora? Quanto tempo demora para computar 2002 entrevistas? Dois dias, não 17. Bem, se há um bom momento para demonstrar que Dilma está com tudo, convenham, é este.
04 de abril de 2012
Reinaldo Azevedo
Um painel político do momento histórico em que vivem o país e o mundo. Pretende ser um observatório dos principais acontecimentos que dominam o cenário político nacional e internacional, e um canal de denúncias da corrupção e da violência, que afrontam a cidadania. Este não é um blog partidário, visto que partidos não representam idéias, mas interesses de grupos, e servem apenas para encobrir o oportunismo político de bandidos. Não obstante, seguimos o caminho da direita. Semitam rectam.
"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
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