O BRASIL MARAVILHA + PALADINA DA ENGANAÇÃO = PIBINHO NO CRESCIMENTO DA ECONOMIA E LUZ AMARELA
Emprego na indústria recua pela segunda vez no ano e, somado a outros indicadores negativos, põe o governo em alerta
Um dos maiores desafios que a presidente Dilma Rousseff enfrenta hoje é o de manter o crescimento da economia brasileira. A decepção com o pibinho (diminutivo de Produto Interno Bruto, PIB, que é a soma de todas as riquezas) no primeiro trimestre (de 2,2%, na variação anual) — abaixo do esperado pelo mercado (de 2,7%) —, acendeu a luz amarela, que ficou ainda mais clara com os primeiros dados macroeconômicos de março e abril.
Levantamento divulgado ontem pelo IBGE mostra que o emprego na indústria caiu 0,4% entre fevereiro e março, confirmando a desaceleração. A desejada valorização do dólar, a R$ 1,90, para estimular exportações também acabou se revelando um problema, com impacto na inflação, que pode comprometer a redução da taxa básica de juros (Selic).
Além disso, o brasileiro "está mais endividado, com mais de um terço de sua renda comprometida com financiamentos", explica o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro. A seu ver, o governo não conseguirá mais contar com o mercado interno para estimular a economia como fez em momentos de turbulência passados.
"O modelo de crescimento impulsionado pelo consumo doméstico esgotou porque a renda da classe média avança no ritmo do PIB, e o cenário daqui para frente será de baixo crescimento", sentencia.
A situação da indústria preocupa cada vez mais.
"O setor trabalha com ociosidade elevada, de 81,5% (1,2 ponto percentual do registrado em 2011)", destaca o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila, da CNI. Ele lembra ainda que os custos aumentam em ritmo maior que a receita.
"A massa salarial, por exemplo, saltou quase 9% em março enquanto o faturamento do setor cresceu apenas 3%", completa.
Na opinião de Oreiro, resta ao governo traçar uma estratégia clara de longo prazo, investir em infraestrutura e enxugar a máquina pública. "Para estimular a indústria, Dilma ainda será obrigada a continuar mexendo no câmbio.
A indústria só irá se recuperar quando o dólar chegar a R$ 2,40", afirma o professor da UnB. "Mas aí haverá inflação. Resolver essa equação será bem difícil", alerta.
O economista sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit, Robert Wood, também destaca que a desvalorização de 15% do real frente ao dólar desde fevereiro ajudou a indústria brasileira a recuperar um pouco da sua competitividade, mas ela continua com problemas estruturais."A falta de infraestrutura e de logística nos portos, nos aeroportos e nas rodovias onera ainda mais a produção", diz Wood.
A mesma opinião é compartilhada por Oreiro:
"O governo precisa dobrar os investimentos, passando de 3% para 6% do PIB".
Um dos maiores desafios que a presidente Dilma Rousseff enfrenta hoje é o de manter o crescimento da economia brasileira. A decepção com o pibinho (diminutivo de Produto Interno Bruto, PIB, que é a soma de todas as riquezas) no primeiro trimestre (de 2,2%, na variação anual) — abaixo do esperado pelo mercado (de 2,7%) —, acendeu a luz amarela, que ficou ainda mais clara com os primeiros dados macroeconômicos de março e abril.
Levantamento divulgado ontem pelo IBGE mostra que o emprego na indústria caiu 0,4% entre fevereiro e março, confirmando a desaceleração. A desejada valorização do dólar, a R$ 1,90, para estimular exportações também acabou se revelando um problema, com impacto na inflação, que pode comprometer a redução da taxa básica de juros (Selic).
Além disso, o brasileiro "está mais endividado, com mais de um terço de sua renda comprometida com financiamentos", explica o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) José Luis Oreiro. A seu ver, o governo não conseguirá mais contar com o mercado interno para estimular a economia como fez em momentos de turbulência passados.
"O modelo de crescimento impulsionado pelo consumo doméstico esgotou porque a renda da classe média avança no ritmo do PIB, e o cenário daqui para frente será de baixo crescimento", sentencia.
A situação da indústria preocupa cada vez mais.
"O setor trabalha com ociosidade elevada, de 81,5% (1,2 ponto percentual do registrado em 2011)", destaca o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo de Ávila, da CNI. Ele lembra ainda que os custos aumentam em ritmo maior que a receita.
"A massa salarial, por exemplo, saltou quase 9% em março enquanto o faturamento do setor cresceu apenas 3%", completa.
Na opinião de Oreiro, resta ao governo traçar uma estratégia clara de longo prazo, investir em infraestrutura e enxugar a máquina pública. "Para estimular a indústria, Dilma ainda será obrigada a continuar mexendo no câmbio.
A indústria só irá se recuperar quando o dólar chegar a R$ 2,40", afirma o professor da UnB. "Mas aí haverá inflação. Resolver essa equação será bem difícil", alerta.
O economista sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit, Robert Wood, também destaca que a desvalorização de 15% do real frente ao dólar desde fevereiro ajudou a indústria brasileira a recuperar um pouco da sua competitividade, mas ela continua com problemas estruturais."A falta de infraestrutura e de logística nos portos, nos aeroportos e nas rodovias onera ainda mais a produção", diz Wood.
A mesma opinião é compartilhada por Oreiro:
"O governo precisa dobrar os investimentos, passando de 3% para 6% do PIB".
Rosana Hessel, Correio Braziliense
12 de maio de 2012
in camuflados
Nenhum comentário:
Postar um comentário