Não poderia ter sido melhor a designação, pela presidente Dilma, dos sete integrantes da Comissão da Verdade. Gilson Dipp, Cláudio Fonteles, Paulo Sérgio Pinheiro, Maria Rita Kehl, Rosa Maria Cardoso da Cunha, José Carlos Dias e José Paulo Cavalcanti estão acima de qualquer suspeita. Serão empossados quarta-feira no palácio do Planalto, em cerimônia para ninguém botar defeito, com a presença dos ex-presidentes da República: Lula, Fernando Henrique, José Sarney e Fernando Collor.
A Comissão da Verdade investigará a violação de direitos humanos entre 1946 e 1988. Casos de tortura, morte, desaparecimento e ocultação de cadáver serão examinados, com ênfase para o envolvimento de agentes do poder público, em especial no período de 1964 a 1985, do regime militar. Mas sem discriminação com quantos, do lado oposto, desenvolveram práticas semelhantes.
Fica evidente a impossibilidade de levantarem tudo o que aconteceu. Nem no Juízo Final o Padre Eterno teria condições de alinhar todos os malfeitos praticados pela Humanidade e nem a Comissão da Verdade dispõe da prerrogativa de julgar. Se terá liberdade total e absoluta para requisitar documentos, convocar pessoas relacionadas com os fatos em exame, pedir perícias e diligências, infere-se do documento de sua constituição a prevalência da Lei da Anistia. Punido, ninguém vai ser, apesar de a divulgação de nomes de torturadores e assassinos significar intensa punição.
Desperta curiosidade saber como o meio militar reagiu aos sete. Certamente não muito bem, principalmente os oficiais da reserva. Mas os da ativa também. Apesar de a presidente Dilma haver proibido o revanchismo, não haverá como evitar acusações a capitães, majores, coronéis e até generais direta ou indiretamente envolvidos em práticas incompatíveis com os direitos da pessoa humana.
Os sete recém-nomeados exprimem a garantia de que perseguições ou ajustes de contas não acontecerão, mas precisarão ser inflexíveis no levantamento e na divulgação das situações examinadas. Contra e a favor, farta literatura foi publicada a respeito dos excessos verificados nos anos de chumbo. Ainda agora a editora Vozes lançou nova edição atualizada do “Brasil: nunca mais”, preparada sob a liderança de D. Paulo Evaristo Arns ainda nos idos da ditadura.
A expectativa é de que o relatório final da Comissão da Verdade suplante o conteúdo da obra referida.
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NÃO ESCAPAM
Dificilmente três governadores deixarão de ser convocados para prestar depoimento na CPI do Cachoeira: Marconi Perillo, Agnelo Queiroz e Sérgio Cabral. Contra o governador de Goiás pesam acusações mais contundentes do que com relação a seus dois colegas, mas prevalecerá a compensação partidária. Haverá empate entre PSDB, PT e PMDB, cada partido oferecendo o pescoço de um correligionário.
Como a CPI não cassa mandatos, deverá ficar apenas o desgaste dos três governadores, caso não consigam dar explicações completas sobre o relacionamento de suas administrações com Carlos Cachoeira e a Delta Engenharia.
A Comissão da Verdade investigará a violação de direitos humanos entre 1946 e 1988. Casos de tortura, morte, desaparecimento e ocultação de cadáver serão examinados, com ênfase para o envolvimento de agentes do poder público, em especial no período de 1964 a 1985, do regime militar. Mas sem discriminação com quantos, do lado oposto, desenvolveram práticas semelhantes.
Fica evidente a impossibilidade de levantarem tudo o que aconteceu. Nem no Juízo Final o Padre Eterno teria condições de alinhar todos os malfeitos praticados pela Humanidade e nem a Comissão da Verdade dispõe da prerrogativa de julgar. Se terá liberdade total e absoluta para requisitar documentos, convocar pessoas relacionadas com os fatos em exame, pedir perícias e diligências, infere-se do documento de sua constituição a prevalência da Lei da Anistia. Punido, ninguém vai ser, apesar de a divulgação de nomes de torturadores e assassinos significar intensa punição.
Desperta curiosidade saber como o meio militar reagiu aos sete. Certamente não muito bem, principalmente os oficiais da reserva. Mas os da ativa também. Apesar de a presidente Dilma haver proibido o revanchismo, não haverá como evitar acusações a capitães, majores, coronéis e até generais direta ou indiretamente envolvidos em práticas incompatíveis com os direitos da pessoa humana.
Os sete recém-nomeados exprimem a garantia de que perseguições ou ajustes de contas não acontecerão, mas precisarão ser inflexíveis no levantamento e na divulgação das situações examinadas. Contra e a favor, farta literatura foi publicada a respeito dos excessos verificados nos anos de chumbo. Ainda agora a editora Vozes lançou nova edição atualizada do “Brasil: nunca mais”, preparada sob a liderança de D. Paulo Evaristo Arns ainda nos idos da ditadura.
A expectativa é de que o relatório final da Comissão da Verdade suplante o conteúdo da obra referida.
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NÃO ESCAPAM
Dificilmente três governadores deixarão de ser convocados para prestar depoimento na CPI do Cachoeira: Marconi Perillo, Agnelo Queiroz e Sérgio Cabral. Contra o governador de Goiás pesam acusações mais contundentes do que com relação a seus dois colegas, mas prevalecerá a compensação partidária. Haverá empate entre PSDB, PT e PMDB, cada partido oferecendo o pescoço de um correligionário.
Como a CPI não cassa mandatos, deverá ficar apenas o desgaste dos três governadores, caso não consigam dar explicações completas sobre o relacionamento de suas administrações com Carlos Cachoeira e a Delta Engenharia.
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