Não deixem de ler a reportagem de Tatiana Gianini na VEJA desta semana sobre o grupo “La Cámpora”, que poderia ser definido, deixem-me ver, como os… “petralhas” de Cristina Kirchner, presidente da Argentina. Não por acaso, os blogs do JEG e da BESTA são grandes admiradores da truculência com que o governo daquele país trata a imprensa, por exemplo.
Cristina chegou muito mais longe do que o petismo na intimidação ao jornalismo independente. Mas há mecanismos semelhantes. Alfredo Scoccimarro, um político já veterano, mas que decidiu se ligar aos fascistóides do La Cámpora, é o Secretário de Comunicação Pública.
Junto com Máximo Kirchner, filho da presidente e criador do grupo, comanda uma verba oficial de publicidade de 1,5 bilhão de pesos — o equivalente a R$ 650 milhões. O dinheiro é distribuído segundo, vamos dizer, a fidelidade do veículo de comunicação ao governo.
No Brasil, verbas públicas e de estatais financiam um troço parecido com jornalismo, cujo objetivo é puxar o saco do poder, atacar políticos da oposição, ministros do Supremo que não são considerados “fiéis” e, obviamente, a imprensa independente. Trata-se, evidentemente, nos dois países, de práticas que agridem a democracia.
O La Cámpora mobiliza ainda uma vasta rede de “militantes” nas ruas e na Internet — procurem no arquivo a resenha que escrevi sobre o livro “Aguantem Los K”. Também na Argentina a esgotosfera oficialista é muito ativa. Como não disse Marx, a classe dos vigaristas é internacional.
Leiam trecho da reportagem:
Na Roma antiga, a guarda pretoriana era responsável pela segurança dos imperadores. Na Argentina de hoje, tornou-se epíteto de um grupo de jovens responsáveis pela imposição da ideologia da presidente Cristina Kirchner e da perpetuação de sua família no poder. Os membros do La Cámpora, como se chama a agrupação, são liderados por Máximo, de 35 anos, filho da governante.
Não há ministério ou repartição pública argentina em que eles não estejam infiltrados. No ano passado, mais de 7000 novos empregos estatais foram oferecidos a membros do La Cámpora ou a pessoas indicadas por eles. Desses, pelo menos quarenta são cargos-chave do governo.
Os camporistas gerenciam algumas das principais empresas estatais, como a Aerolíneas Argentinas e a agência de notícias Télam, e conquistaram dez cadeiras no Congresso. Máximo e seus amigos estão por trás das medidas recentes mais truculentas da Presidência de Cristina, como os ataques à imprensa independente e a expropriação da petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados.
O La Cámpora surgiu como uma alternativa aos órgãos de sustentação do peronismo tradicional. Em 2003, após ser eleito presidente com parcos 22% dos votos. Néstor Kirchner concluiu que necessitava de um instrumento para exercer o populismo, um mal atávico da política argentina, com total controle. Os sindicatos, que no peronismo costumam exercer essa função, não lhe pareciam suficientemente confiáveis. O presidente pediu ao filho, Máximo, que reunisse seus amigos para criar uma agremiação leal ao kirchnerismo
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A cúpula é composta de Máximo e seis subordinados. Três são deputados nacionais: Andrés Larroque, Eduardo de Pedro e a única mulher (e musa) da liderança, Mayra Mendoza. Mariano Recalde preside as Aerolíneas Argentinas. Os outros dois, Juan Cabandié e José Ottavis são deputados provinciais. O camporista mais comentado das últimas semanas é Axel Kiccilof, vice-ministro da economia, um dos responsáveis por coordenar o confisco da YPF e o principal conselheiro da presidente em matéria econômica.
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A cúpula é composta de Máximo e seis subordinados. Três são deputados nacionais: Andrés Larroque, Eduardo de Pedro e a única mulher (e musa) da liderança, Mayra Mendoza. Mariano Recalde preside as Aerolíneas Argentinas. Os outros dois, Juan Cabandié e José Ottavis são deputados provinciais. O camporista mais comentado das últimas semanas é Axel Kiccilof, vice-ministro da economia, um dos responsáveis por coordenar o confisco da YPF e o principal conselheiro da presidente em matéria econômica.
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06 de maio de 2012
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