"Sala-cofre" da CPMI: se os 32 membros lerem os documentos, serão necessários 200 dias só para isso.
As regras implementadas para evitar o vazamento de informações sigilosas obtidas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira virou alvo de reclamações entre os parlamentares que integram a comissão. Para acessar o conteúdo de investigações protegidas por segredo de Justiça, começou a ser montada uma sala reservada, monitorada por câmeras e vigiada por policiais, que deve começar a funcionar na próxima segunda (7).
Poderão entrar no recinto apenas os 32 deputados e senadores da comissão. Dentro, estarão disponíveis três computadores para consulta e será vetada a entrada com qualquer equipamento eletrônico. Apenas três pessoas poderão estar ao mesmo tempo no local. Anunciado nesta quinta (3) pelo presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o procedimento já despertou queixas entre parlamentares do governo e da oposição. "Vamos ter de discutir este absurdo. Isto é totalmente ridículo. Isto desestimula o parlamentar a trabalhar. O correto é que um assessor de confiança possa ver o material", protestou o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), para quem as regras "ofendem a dignidade dos parlamentares". Leia mais no G1.
Comentário: os documentos somam 15.000 páginas. Se o senador ou deputado gastar 1 minuto por página, necessitará 20 dias, trabalhando com jornada de 12 horas. Só entram 3 parlamentares na sala monitorada. São 32 membros. O resultado desta conta é que serão necessários mais de 200 dias apenas para que os membros da CPMI tomem conhecimento de todas as investigações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário