Os repórteres Bruno Góes, O Globo e Ítalo Nogueira, Folha de São Paulo, edições de terça-feira, transmitiram com nitidez o clima de inconformismo que marcou, na véspera, Palácio Pedro Ernesto, a convenção do PSOL que lançou Marcelo Freixo à Prefeitura do Rio. Houve calor e entusiasmo, realçados pelo apoio que recebeu do ator Wagner Moura e de artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso. O entusiasmo é um fator irradiante, bom sinal para Freixo. No Globo a foto foi de Gustavo Stephan. Na FSP de Cesar Loureiro.
O quadro municipal das eleições deste ano, 7 de outubro, primeiro turno, começou a se consolidar. A luta está entre o atual prefeito Eduardo Paes, Marcelo Freixo, Otávio Leite, apoiado por Marcello Alencar, Rodrigo Maia, este com apoio de seu pai, Cesar Maia e do ex-governador Garotinho, cuja filha, Clarissa, é candidata a vice.
Eduardo Paes tem a máquina administrativa a seu lado, como é natural, e a presença, na campanha, do governador Sérgio Cabral. Isso implica também o peso do sistema estadual de poder. Ainda por cima, Lula já anunciou que vai pedir votos para ele. Sua força, acentuada, está aí.
Entretanto, a disputa é em dois turnos. Paes não vai alcançar a maioria absoluta a 7 de outubro, o que remeterá o desfecho decisivo para o dia 28. O atual alcaide carimbou seu passaporte. Mas quem será o segundo colocado?
Freixo joga sua chance de vencer exatamente nesse dilema. Assumiu uma posição de combate, destacando que deseja ser o candidato do inconformismo, uma vez que a população carioca está indignada com o que vem se passando.
Wagner Moura, ao discursar, acrescentou que se integrou na campanha do candidato do PSOL de Heloisa Helena exatamente por este motivo. E afirmou: não estou aqui para ganhar licitação. A frase é emblemática, uma síntese do que ocorre em muitos casos no país.
A conjugação de propósitos entre o poder público e os interesses particulares. A população paga o preço, não tendo a seu dispor um sistema de saúde eficiente, um transporte melhor e mais econômico, uma educação mais abrangente, enfim o saneamento indispensável e adequado ao século XXI.
Atrás de tudo isso, nos bastidores, o terrível problema de, na política brasileira, o gesto quase nunca confirmar a palavra. Afirma-se uma coisa na campanha eleitoral, pratica-se outra, muito diferente, no governo.
Veja-se o exemplo dos aposentados e pensionistas do INSS. A fração cujos vencimentos, média de 871 reais, que se encontram acima do mínimo, recebe vencimentos percentualmente inferiores aos que estão no piso. Quer dizer: descontaram mais e, na hora da reposição inflacionária, recebem menos. Em 92, PT e PDT foram ao Supremo contra Fernando Collor exatamente contra tal tratamento. Ganharam por 8 votos a 3. Agora assumem a mesma posição que condenaram. Mas esta é outra questão.
O fato essencial é que, no fundo, o destino da candidatura Freixo vai depender do comportamento a ser adotado pela corrente de Lindberg Farias no PT. Candidato à sucessão estadual de 2014 contra Luiz Fernando Pezão. Apoiado por Sérgio Cabral, não pode interessar ao Partido dos Trabalhadores uma vitória do governador, este ano. Será o enfraquecimento da legenda e do próprio Lindberg. As candidaturas Otávio Leite e Rodrigo Maia dividem mais a oposição do que o bloco governista. Mas também somam para bloquear uma vitória de Paes no primeiro embate. As urnas do segundo turno, a meu ver, é que vão decidir.
O quadro municipal das eleições deste ano, 7 de outubro, primeiro turno, começou a se consolidar. A luta está entre o atual prefeito Eduardo Paes, Marcelo Freixo, Otávio Leite, apoiado por Marcello Alencar, Rodrigo Maia, este com apoio de seu pai, Cesar Maia e do ex-governador Garotinho, cuja filha, Clarissa, é candidata a vice.
Eduardo Paes tem a máquina administrativa a seu lado, como é natural, e a presença, na campanha, do governador Sérgio Cabral. Isso implica também o peso do sistema estadual de poder. Ainda por cima, Lula já anunciou que vai pedir votos para ele. Sua força, acentuada, está aí.
Entretanto, a disputa é em dois turnos. Paes não vai alcançar a maioria absoluta a 7 de outubro, o que remeterá o desfecho decisivo para o dia 28. O atual alcaide carimbou seu passaporte. Mas quem será o segundo colocado?
Freixo joga sua chance de vencer exatamente nesse dilema. Assumiu uma posição de combate, destacando que deseja ser o candidato do inconformismo, uma vez que a população carioca está indignada com o que vem se passando.
Wagner Moura, ao discursar, acrescentou que se integrou na campanha do candidato do PSOL de Heloisa Helena exatamente por este motivo. E afirmou: não estou aqui para ganhar licitação. A frase é emblemática, uma síntese do que ocorre em muitos casos no país.
A conjugação de propósitos entre o poder público e os interesses particulares. A população paga o preço, não tendo a seu dispor um sistema de saúde eficiente, um transporte melhor e mais econômico, uma educação mais abrangente, enfim o saneamento indispensável e adequado ao século XXI.
Atrás de tudo isso, nos bastidores, o terrível problema de, na política brasileira, o gesto quase nunca confirmar a palavra. Afirma-se uma coisa na campanha eleitoral, pratica-se outra, muito diferente, no governo.
Veja-se o exemplo dos aposentados e pensionistas do INSS. A fração cujos vencimentos, média de 871 reais, que se encontram acima do mínimo, recebe vencimentos percentualmente inferiores aos que estão no piso. Quer dizer: descontaram mais e, na hora da reposição inflacionária, recebem menos. Em 92, PT e PDT foram ao Supremo contra Fernando Collor exatamente contra tal tratamento. Ganharam por 8 votos a 3. Agora assumem a mesma posição que condenaram. Mas esta é outra questão.
O fato essencial é que, no fundo, o destino da candidatura Freixo vai depender do comportamento a ser adotado pela corrente de Lindberg Farias no PT. Candidato à sucessão estadual de 2014 contra Luiz Fernando Pezão. Apoiado por Sérgio Cabral, não pode interessar ao Partido dos Trabalhadores uma vitória do governador, este ano. Será o enfraquecimento da legenda e do próprio Lindberg. As candidaturas Otávio Leite e Rodrigo Maia dividem mais a oposição do que o bloco governista. Mas também somam para bloquear uma vitória de Paes no primeiro embate. As urnas do segundo turno, a meu ver, é que vão decidir.
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