Cautelosos, os economistas Gustavo Franco e André Lara Resende, palestrantes do evento “O futuro de história – Os novos rumos do capitalismo”, promovido pelo Instituto Millenium na ABL, preferiram não traçar previsões sobre o futuro da economia mundial.
Ao invés disso, os especialistas analisaram os atuais dilemas da conjuntura macroeconômica.
Durante o evento, mediado pela jornalista Merval Pereira, o ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco, criticou a inércia dos governantes brasileiros em relação às reformas estruturais. “Uma apatia estridente tem prevalecido nas políticas públicas brasileiras.”
O economista citou uma frase do primeiro ministro britânico Winston Churchill para descrever o comportamento da economia nacional: “O país vai tomar o rumo certo, não antes de experimentar todas as alternativas”.
O país vai tomar o rumo certo, não antes de experimentar todas as alternativas
Franco afirma que no Brasil existe um “capitalismo parcial”, prejudicado pelo excesso de cordialidade. “Temos um capitalismo misturado com feudalismo, fantasia e corporativismo. Essa não é uma cultura de amparo e inovação ao progresso, à inovação e à iniciativa privada.”Para explicar o recente surgimento de governos populistas nos países da América Latina como na Argentina e na Venezuela, o especialista recorreu ao livro “Manual do perfeito idiota latino-americano”, em que Álvaro Vargas Llossa fala sobre escapismo através do ódio. “Não é de se estranhar que um continente com essas inclinações tenha se tornado a terra da desconfiança com o racional e do realismo fantástico.”
O economista André Lara Resende falou sobre os riscos da maior visibilidade das desigualdades sociais como consequência da globalização. “A questão da desigualdade mostra-se intolerável em um mundo interligado. Criam-se tensões desagregadoras e violentas.”
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Veja a repercussão do evento no site do jornal “O Globo”: Gustavo Franco critica medidas fiscais do governo e elogia BC
14 de junho de 2012
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